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Jovem atropelada volta a disputar triatlo após ficar paraplégica

 
A prova de fogo, no entanto, foi quando a jovem teve a promissora carreira interrompida em setembro de 2010, após ser atropelada por um caminhão. Gravemente ferida, Tainá ficou temporariamente paraplégica por causa do deslocamento da bacia e viu todos os seus sonhos serem colocados em risco.
 
O fato ocorreu no momento em que ela voltava de um treino e se distanciou da equipe, em uma reta conhecida pelo elevado número de acidentes, entre as cidades de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas, onde a jovem mora. Um caminhoneiro de 82 anos dormiu ao volante, invadiu o acostamento e atingiu a garota, então com 15 anos, pelas costas. Tainá lembra com detalhes de tudo que aconteceu, já que não perdeu os sentidos em momento nenhum.
 
—Infelizmente eu não apaguei, porque a dor é insuportável. Meu quadril estava todo torto no asfalto, como se tivesse em cima da minha barriga.
 
O condutor fugiu sem prestar socorro, mas foi perseguido por um motociclista, que ficou ao lado da menina até que o técnico, Rodrigo Barbosa, a encontrasse. Tainá afirma que o treinador foi “o anjo da guarda em sua vida” e a ajudou a não desanimar. Foram cerca de 30 dias internada e praticamente um ano de recuperação. O choque de não poder se mexer abalou a triatleta, que chegou a sofrer de depressão.
 
—Eu era muito imatura, treinava muito e de repente acontece isso, eu queria voltar a treinar de todo jeito. Precisei ter acompanhamento da psicóloga, aprendi a andar de novo, usei cadeira de rodas, andador, muletas, até terminar a recuperação.
 
Esforçada e com apoio da família, Tainá estava de volta aos treinos em maio de 2011. Ansiosa, ela se prepara agora para disputar no dia 26 de outubro, em Miami, nos EUA, o Ironman 70.3. O circuito terá oito horas de duração e engloba 2km de natação, 80 km de bicicleta e 21 km de corrida. Todos os dias, ela vai à escola pela manhã como uma adolescente normal. À tarde, no entanto, ela dedica cerca de cinco horas para os treinos. Mesmo com a rotina apertada, Tainá encontra tempo para frequentar a igreja e se dedicar à sua outra paixão: a música. Evangélica, ela atribui a Deus as conquistas dos últimos anos.
 
— Deus pra mim é tudo, tudo que eu quero e preciso, coloco nos pés dele e oro muito, por isso estou viva hoje. Acho que é mesmo porque quando a gente tem um sonho assim, não acaba.
 
R7

Redação

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