Opinião

O Pavão Alaranjado e a Soberania Brasileira

A maioria dos brasileiros que acompanha as notícias dos jornais, sites, televisão e rádio
por certo já entendeu o absurdo que é o Pavão Americano interferir nos julgamentos
do Supremo e decisões do Congresso do Brasil.

Os Estados Unidos são uma sólida democracia, a despeito das loucuras do Trump que
incendiou o mundo com suas tarifas doidas. No caso do Brasil, além das taxas maiores
que as demais, o “orangish peacock” encasquetou que pode mandar nos ministros do
STF e decidir quem deve ser condenado ou absolvido.

Claro que é um absurdo: lá no país dele, os ministros da Suprema Corte costumam ter
independência para julgar os processos, muitos em desfavor do poderoso Trump, e
não sofrem represálias semelhantes às que quer impor aos nossos magistrados.

Mas o valentão vai mais longe: ameaça os parlamentares — principalmente os
presidentes dos poderes — com sanções sociais e financeiras se eles se atreverem a
rejeitar a PEC da anistia.

Mais ainda, os despachantes que advogam contra o Brasil (Eduardo Bolsonaro e Paulo
Figueiredo) lutam diariamente para abastecer o governo americano de notícias falsas,
aumentando a má vontade do Trump contra o País.

Tem um agravante, não adianta classificar como injustas as sanções, autoritárias as
punições e ilegais as medidas. O que conta é que não há instâncias onde reclamar.
Bobagem recorrer a tribunais internacionais, ONU, OMC, OEA ou outra sigla qualquer.
O Trump impõe a taxa que quer, ameaça parlamentares e ministros e, de tarde, vai
comer o seu hambúrguer e tomar Coca-Cola.

Nada deveria surpreender-me mais, depois de quase oito décadas vendo coisas
estranhas acontecerem por aqui. Mas uma coisa me impressiona: como alguns
brasileiros, diante de tantos ataques às nossas instituições, ainda apoiam o presidente
americano nas suas ações bizarras?

Nem de longe defendo a ideia de que nosso Supremo e PGR sejam virtuosos; que a
Câmara dos Deputados e o Senado são exemplos de retidão ou que em nossa PF não
existam casos duvidosos.

Mas uma coisa não se discute: não cabe a nenhum outro presidente ou ditador meter
a colher no nosso cotidiano.

Você, que está me lendo, permite que um vizinho entre em sua casa, repreenda seus
filhos ou lhe diga o que deve fazer?

Não temos como nos defender das taxas americanas, porque impô-las é uma decisão
deles, o capitalismo é assim mesmo. Mas uma coisa é certa, se os deputados e
senadores submeterem-se às ordens do Trump nas matérias em discussão no
Congresso e os Ministros do Supremo sucumbirem à pressão, estará decretado o fim
de nossa dignidade como nação soberana.

Enquanto isso, o PT, que se lambuzou na corrupção nos anos que esteve no poder,
toma ares de moralizador. A antiga vestal dos anos 1980 prostituiu-se; agora
“botocada” nas partes íntimas, posa, novamente, de donzela imaculada.

E o que é pior: se a direita não se unir em torno de um candidato viável, o idoso
demiurgo emplacará seu quarto mandato como presidente.

Renato de Paiva Pereira.

Foto Capa: Reprodução/Divulgação

Renato Paiva

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