O tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo com um tiro na cabeça, foi demitido da corporação. A medida foi publicada nesta segunda-feira, 22, no Diário Oficial do Estado.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tornou oficial uma decisão do Tribunal de Justiça Militar (TJM) que havia excluído o policial da PM paulista. A reportagem busca contato com a defesa de Velozo.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o policial militar Henrique Velozo teve sua demissão oficializada com base no artigo 23 da Lei Complementar número 893, que define as condições para a demissão de um militar do estado de São Paulo.
Entre elas, estão a condenação a penas restritivas de liberdade superiores a dois anos, condenação à perda da função pública, e incompatibilidade comprovada para o exercício da função policial militar. Com a demissão, o ex-policial deixa de receber o salário de 1° tenente, que é de R$ 12,7 mil.
Velozo ainda responde pela acusação de homicídio na Justiça comum. A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra ele pela morte do lutador de jiu-jítsu, tornando-o réu por homicídio triplamente qualificado. O MP apontou como qualificadores motivo torpe, emprego de meio insidioso ou cruel e traição ou emboscada.
No mês passado, o júri do ex-policial foi adiado devido a um desentendimento entre a defesa dele e o representante do Ministério Público. O novo júri deve acontecer no dia 12 de novembro deste ano.
Briga em clube na zona sul de SP
Campeão mundial de jiu-jitsu, Leandro Lo tinha 33 anos quando foi baleado na cabeça após uma confusão em um show de pago em um clube da zona sul de São Paulo, em agosto de 2022. Na reconstituição do crime, testemunhas contaram que o policial militar foi imobilizado pelo lutador durante uma discussão, mas atirou contra o atleta assim que foi solto e depois fugiu.
A versão dos advogados é a de que Velozo agiu em legítima defesa. Na ocasião, o defensor do policial, advogado Claudio Dalledone, disse ao Estadão que a denúncia destoa completamente do que foi produzido no inquérito policial. “As qualificadoras são descabidas e tudo isso ficará firmemente provado no momento em que o processo for devidamente instaurado.”