Lula fez a afirmação nesta manhã durante o 4º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, em São Paulo.
O ex-presidente disse ainda não temer manifestações durante a Copa do Mundo. "Tenho medo de acontecer o que aconteceu com Uruguai aqui em 50 (…) Entramos de salto alto e perdemos de 2 a 1", disse.
'Ah, não, porque turista tem que ter metrô que leve até dentro do estádio'. Que babaquice é essa? Nós temos é que dar garantia para essa gente assistir ao jogo, comer nossa comida (…), é isso que temos que ter orgulho"
Confiante no acolhimento dos brasileiros, o ex-presidente demonstrou otimismo com a competição. "A Copa do Mundo é uma chance para a gente se mostrar", disse.
Em uma crítica indireta a supostas exigências para atender turistas que vão aos jogos, Lula lembrou sua trajetória de torcedor do Corinthians e as vezes em que se deslocou para acompanhar as partidas.
"Nós nunca tivemos problemas de andar a pé. Anda a pé, vai descalço vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. Acha que a gente está preocupado?", disse.
"'Ah, não, porque turista tem que ter metrô que leve até dentro do estádio'. Que babaquice é essa? Nós temos é que dar garantia para essa gente assistir ao jogo, comer nossa comida (…), é isso que temos que ter orgulho", afirmou.
Regulação dos meios de comunicação
Lula também cobrou a regulação dos meios de comunicação no Brasil. Ao lado do ex-ministro Alexandre Padilha e do prefeito Fernando Haddad, ele criticou a forma como a mídia tratou sua entrevista anterior a blogueiros, em abril. Para o presidente, o tema foi tratado de forma equivocada e ele ressaltou que tem o direito de escolher seus entrevistadores.
"Eu fiquei deprê com a violência com que alguns setores de comunicação trataram aquela entrevista", afirmou. Lula justificou o fato de não dar muitas entrevistas por não ter, atualmente, um cargo público. "Eu não tenho nenhum cargo público e eu me dou ao direito de dar entrevista pra quem eu quero, responder o que eu quero, na hora que eu quero."
Para justificar sua defesa da regulação da mídia, Lula disse que os meios de comunicação já são alvo de regulamentação em todo o mundo. "Que não venham dizer que isso é censura, que estamos tentando controlar os meios de comunicação, porque quem tem que controlar os meios de comunicação é o telespectador, é o ouvinte, é o leitor. O que todos nós exigimos é que haja neutralidade e seriedade nas informações nesse país", disse.
"A imprensa me trata bem, não tenho queixa. A única mágoa que eu tenho é que, quando faço critica à imprensa, alguns escrevem que Lula ataca a imprensa. Quando eles me atacam, eles falam que fazem críticas", disse. "Uma grande minoria fala a verdade."
O ex-presidente afirmou considerar que sua sucessora, Dilma Rousseff, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vêm sendo atacados de forma desproporcional pela oposição e pela imprensa. "Eu não conheço ninguém que no primeiro ano tomou a quantidade de porrada que você tomou", disse, entre risadas, para o prefeito petista.
Volume morto e análise da conjuntura
Durante a palestra que durou mais de uma hora, o ex-presidente Lula também criticou o PSDB pela crise de abastecimento no estado. "Se eles têm capacidade de ressuscitar o tal do morto [volume], por que não fizeram antes?", questionou Lula sobre as obras para bombear a água do volume morto do Sistema Cantareira.
"Será que ninguém pensou em fazer mais um poço ou será que eles pensam que nordestino que mora aqui não bebe água?", perguntou. Apesar de admitir que a falta de chuvas agravou o problema, mas diz que faltaram investimentos.
G1