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Prêmio Paladar elege os 20 melhores bares e os 20 restaurantes de São Paulo; veja os vencedores

Qual o seu restaurante preferido? E o seu bar? Perguntamos a um júri especializado e ninguém pensou em categorias como melhor japonês, francês ou lugar para ir a dois na hora de responder. Cada um dos 20 jurados do Prêmio Paladar privilegiou excelência de preparos, serviço, consistência e conceito para elencar seus 20 endereços prediletos em São Paulo.

Vai daí que os vencedores do Prêmio Paladar revelam um inconsciente coletivo, apontam para a criatividade de chefs e bartenders. No caso de restaurantes, o primeiro lugar do Tuju reflete um projeto único. Premiado como o mais belo arquitetonicamente da cidade, usa isso a seu favor: o térreo para as boas-vindas ao pé da jabuticabeira, com direito a coquetéis intrigantes e amuse-bouche; o primeiro andar para um jantar em plena cozinha; o rooftop para chás, queijos, licores e petit-fours.

O duas estrelas Michelin não tem somente a assinatura de seu chef, Ivan Ralston, mas também da esposa, a pesquisadora Katerina Cordás. Um restaurante que interpreta o Brasil por temporadas, não por estação. Um lugar que não existiria sem os ingredientes brasileiros descobertos em campos, bibliotecas e hortas, tampouco sem a adega de mais de mil rótulos de vinho.

Coisa semelhante se vê no Fame, já que a casa é a somatória do chef Marco Renzetti na cozinha com a sommelière Erika Renzetti no salão. Mais do que isso, o segundo colocado mostra que a liberdade de expressão é recompensada. Ali, o cozinheiro romano não esquece suas raízes, nem por isso faz culinária italiana – ele se entrega a influências espanholas e japonesas; permite que vinhos franceses conduzam suas receitas.

Na mesma toada, as interpretações originais de Brasil estão presentes do terceiro ao sexto vencedor (Maní, Evvai, D.O.M. e A Casa do Porco, respectivamente), sempre em menus degustação, o que comprova que eles estão fora de perigo de extinção. Em compensação, da sétima a 10ª, quer dizer, à 12ª posição (visto que Nelita e Metzi mantêm menu à la carte também), dão as caras esses restaurantes que incentivam o comensal a compartilhar pratos, com destaque ao Aiô, que além de 8º melhor restaurante de São Paulo, levou o título de chef revelação para a dupla Caio Yokota e Victor Valadão.

Os omakases, tão festejados pelo Guia Michelin, claro, tiveram sua participação, ainda que com certa timidez. Em outras palavras foram representados pelo Kanoe (13º), pelo Goya Zushi (15º) e pelo Ryo (17º).

Em última instância, os 20 restaurantes premiados retratam a diversidade da cena gastronômica paulistana, o reconhecimento a chefs (sejam consagrados ou novos talentos) capazes de contar com os melhores ingredientes suas histórias.

Quais os melhores bares de São Paulo?

No caso dos grandes balcões da capital paulista, não foi só o duo Thiago Bañares e Caio Carvalhaes, à frente do Tan Tan e da Liquor Store, que triunfou. No fim das contas, a grande vencedora foi a coquetelaria. Dos 20 bares premiados, apenas o Bar do Luiz Fernandes (15º colocado e vencedor da categoria Melhor Petisco com o clássico bolinho de carne) não é um endereço dedicado a coquetéis. Como se diz por aí, uma exceção sempre confirma a regra!

Nesse sentido, o júri prestigiou o balançar das coqueteleiras e, como se notou em restaurantes, valorizou receitas autorais, com insumos garimpados com intenção, usados com precisão. Clássicos? Sim, têm espaço, sobretudo se considerarmos o quinto lugar do Boca de Ouro, bar que inventou o Macunaíma, eleito o melhor drinque pelo Prêmio Paladar.

Aliás, o bar no bairro de Pinheiros é referência em Fitzgeralds e Negronis, ao passo que o Baretto (9º colocado) é em Dry Martini. Se bem que o bar do Hotel Fasano é igualmente reconhecido pelo piano, pelos shows de jazz e MPB, assim como por fechar tarde, às três da manhã.

Ah, alguém quer saber se os listening bars estão em alta? Dos 20 melhores bares da cidade, dois se encaixam no perfil – o Lágrima Bar (13º) e o Kotchi (19º). Este último, por sua vez, revela uma tendência recorrente no ranking de Paladar: estabelecimentos que ostentam ótima comida asiática. Vale para ele, graças ao cardápio assinado pelo chef japonês Makoto Okuwa, vale para o Tan Tan (1º colocado), para o Shiro (11º), o Koya88 (18º) e o KuroMoon (20º) também. Pretexto perfeito para um brinde, não é mesmo?

Confira aqui os grandes premiados da noite:

Restaurantes

01. Tuju
02. Fame
03. Maní
04. Evvai
05. D.O.M.
06. A Casa do Porco
07. Cepa
08. Aiô
09. Mocotó
10. Clandestina
11. Nelita
12. Metzi
13. Kanoe
14. Notiê
15. Goya Zushi
16. Picchi
17. Ryo
18. Kotori
19. Jacó
20. Cais

Bares

01. Tan Tan
02. Liquor Store
03. Picco
04. Fel
05. Boca de Ouro
06. Caledonia Whisky & Co.
07. Exímia
08. The Punch
09. Baretto
10. SubAstor
11. Shiro
12. Guarita
13. Lágrima
14. Santana
15. Bar do Luiz Fernandes
16. Trinca Bar & Vermutería
17. Fifty Fifty
18. Koya88
19. Kotchi
20. KuroMoon

Estadão Conteudo

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