O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira (25) a chegada do AgroAmigo ao Centro-Oeste, com R$ 500 milhões destinados a microcrédito produtivo rural para a agricultura familiar da região. Desde o início da operação, em março de 2025, até agosto, foram assinados 556 contratos que somam R$ 6,55 milhões — parcela ainda tímida diante do montante reservado, mas indicativa do avanço inicial do programa na região. No detalhamento por unidade federativa, Goiás concentra a maior parte dos contratos (287 contratos; R$ 3,40 milhões), seguido por Mato Grosso do Sul (124; R$ 1,47 milhão), Mato Grosso (107; R$ 1,22 milhão) e Distrito Federal (38; R$ 452 mil).
Com orçamento reforçado de R$ 1 bilhão a nível nacional a partir de recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento (FNO e FCO), o AgroAmigo tem como objetivo alcançar mais de 100 mil famílias oferecendo crédito acessível para custeio e investimento. Para o Centro-Oeste, a operação será realizada em parceria com a Caixa Econômica Federal, que operará as linhas com condições diferenciadas: juros de 0,5% ao ano, prazo de até três anos para pagamento e bônus de adimplência de até 40% para quem cumpre as parcelas em dia. Essas condições, segundo o ministério, buscam reduzir o custo do financiamento e incentivar a regularidade dos pagamentos.
O ministro Waldez Góes destacou que a expansão para o Centro-Oeste reafirma o compromisso do governo com a inclusão produtiva no campo. “É fundamental que a região Centro-Oeste vivencie os impactos positivos do microcrédito, como já ocorre no Nordeste. As pessoas que acessam esse tipo de financiamento passam a fazer parte do processo de desenvolvimento do país”, afirmou. Parlamentares e representantes estaduais veem no programa uma oportunidade de integrar pequenos produtores às cadeias produtivas locais, reduzindo desigualdades e ampliando renda rural.
O AgroAmigo é dirigido a agricultores familiares enquadrados no Pronaf, abrangendo assentados, ribeirinhos, comunidades extrativistas, pescadores, indígenas e quilombolas, com renda bruta anual de até R$ 50 mil e que utilizam a atividade agrícola para subsistência. O crédito pode ser aplicado em melhorias na infraestrutura da propriedade e no sistema produtivo — construção de reservatórios e armazéns, implantação de sistemas de irrigação, recuperação de pastagens, aquisição de matrizes e reprodutores — bem como na montagem de pequenas agroindústrias e compra de insumos como sementes, adubos e ração.
Especialistas ouvidos destacam que, além do volume liberado, o desafio será a capilaridade e a agilidade na concessão para chegar às famílias mais vulneráveis. A meta anunciada pelo governo — usar parte dos Fundos Constitucionais historicamente direcionados a projetos maiores para atender pequenos produtores — exige articulação entre ministérios, agentes financeiros e estruturas locais de assistência técnica. As inscrições e condições práticas de acesso ao crédito ficam sob coordenação da Caixa e dos órgãos estaduais; o impacto real do programa será acompanhado nos próximos meses à medida que os contratos se multiplicarem e os recursos forem efetivamente desembolsados nas propriedades.