Deflagrada na manhã desta terça-feira (19.8), a Operação Safra Oculta avança sobre um esquema de desvio de grãos que teria causado prejuízo superior a R$ 1,1 milhão ao setor produtivo de Mato Grosso. Conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a ofensiva apura furto qualificado, associação criminosa, extorsão e falsidade ideológica.
Ao todo, foram cumpridas seis ordens judiciais, incluindo dois mandados de busca e apreensão contra um classificador de grãos e um balanceiro, ex-funcionários da empresa lesada. As diligências ocorreram em Barra do Bugres e Guarantã do Norte, municípios onde residem parte dos investigados.
Segundo a investigação, entre 2 e 9 de maio deste ano o grupo desviou 14 cargas — cerca de 701 toneladas de soja em grãos — que deveriam seguir para uma empresa de alimentos. O desvio foi viabilizado por fraude documental, manipulação de placas de caminhões e transporte sem emissão de notas fiscais.
Os apurares identificaram indícios de participação de funcionários ligados ao carregamento das carretas, além de motoristas e intermediários. Há relatos de coação de trabalhadores e uso de documentos falsos. O material apreendido será analisado para rastrear outros envolvidos e detalhar a cadeia criminosa.
Responsável pelo inquérito, o delegado da GCCO, Mário Roberto de Souza Santiago Júnior, destacou que a operação representa um passo firme contra o desvio de cargas no estado, prática que provoca perdas milionárias e afeta a segurança no transporte. A Safra Oculta integra a operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero do Governo de Mato Grosso, que intensifica o enfrentamento a facções criminosas em todo o estado.