“No processo de preparação da Copa nós cometemos um erro, não dialogamos com a população e criou-se uma imagem de que a Copa é uma submissão do Brasil à Fifa, que a Copa é um antro de corrupção, que é dinheiro público que não foi para a educação e para a saúde. O que não é verdade”, defendeu o ministro.
As declarações foram dadas durante o “Diálogos Governo-Sociedade Civil Copa 2014”, realizado na manhã de hoje na Associação Mato-grossense de Municípios (AMM). “Considero essa discussão tardia, mas é o famoso ‘antes tarde do que nunca’”, ponderou Carvalho.
Na ocasião, o ministro apresentou gráficos e números que demonstram os investimentos do governo federal em obras relacionadas a Copa do Mundo.
Segundo Gilberto Carvalho, os únicos investimentos feitos exclusivamente para a Copa do Mundo foram os referentes a construção ou reforma dos estádios, que de acordo com ele, representam R$ 8 bilhões, sendo R$ 4 bilhões financiados pelo governo federal.
Paralelo a isso, desde 2010, o ministro observa que foram investidos na saúde e educação de todo o país, R$ 825,3 bilhões. “Esse valor investido nos estádios não mudaria a situação da educação ou da saúde pública no país. Esses problemas existem com Copa ou sem Copa. Não podemos colocar nas ‘costas’ do Mundial. São problemas estruturais e que nós precisamos resolver”, alegou ele.
Ainda durante o debate, Gilberto Carvalho comentou sobre o andamento das obras da Copa em Cuiabá, mas evitou polêmicas e críticas em relação aos atrasos. Sobre o VLT, por exemplo, ele disse que como não acompanhou de perto “as circunstâncias, eu não quero ser leviano em dizer que houve falha daqui, falha dali. O que quero dizer é que lamentamos não ter uma essa obra concluída”.
Ele ainda saiu em defesa dos governos federal e estadual e alegou que “não acho bom a gente não fazer um carnaval de condenações neste momento, porque apesar dos atrasos, as obras serão entregues”, observou.
Ao longo do debate, diversos questionamentos e sugestões foram levantadas por líderes de movimentos comunitários e pessoas em geral que participaram do encontro e o ministro Carvalho encerrou o diálogo dizendo que deixa Cuiabá “com o lombo doido de demandas para resolver em Brasília. Sabemos que trabalhar com a máquina pública é difícil, mas vamos solucionar todos os problemas”, disse ele.
Diálogos – O debate está sendo realizado em todas as cidades-sedes da Copa. Entre as que já receberam o encontro estão: Natal (RN), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
As próximas a receberem o evento serão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Recife (PE) e Salvador (BA).