Lula participa em Abuja, capital da Nigéria, do Fórum Econômico Mundial para a África. O evento reúne chefes de Estado e de governo africanos, autoridades e lideranças internacionais, empresários e representantes da sociedade civil. O fórum é a versão africana do Fórum Econômico Mundial, que é realizado todos os anos em Davos, na Suíça.
"Cada gesto que eu puder fazer, eu vou fazer para reduzir o preconceito. No Brasil, é importante lembrar, é crime inafiançável o crime de racismo. Nós estamos trabalhando muito, mas ainda é pouco, o Brasil tem que fazer mais. (…) O Brasil precisa evoluir mais e mais", disse o ex-presidente.
Lula citou ainda recentes casos de racismo no esporte. O ex-presidente mencionou a banana que foi jogada contra o lateral-direito do Barcelona Daniel Alves, em jogo pelo Campeonato Espanhol, na última semana, e o caso do dono de um time de basquete dos EUA que foi proibido de entrar nos estádios após atos de racismo.O ex-presidente afirmou também a Carlos Lopes que o Brasil tem "dívida de solidariedade" com a África, em função dos "300 anos de escravidão do povo africano". Segundo Lula, não é possível pagar a dívida com dinheiro, mas, sim, com investimentos e oportunidades na África.
Segundo Lula, ele tem tido conversas com a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, para que "olhem com carinho" para investimentos na África.O ex-presidente disse também ao secretário-executivo da ONU para a África ter criado o Instituto Lula para fazer reuniões com empresários e líderes mundiais para que possam ajudar o desenvolvimento dos países africanos.
Racismo no Esporte
Recentemente, ao menos quatro casos de racismo no esporte envolveram profissionais brasileiros. Na semana passada, durante partida válida pelo Campeonato Espanhol, um torcedor do Villarreal arremessou uma banana contra o lateral-direito do Barcelona Daniel Alves. Em resposta, o atleta brasileiro comeu a fruta em pleno campo antes de cobrar um escanteio.O episódio envolvendo o jogador da Seleção ganhou repercussão internacional e reabriu uma discussão sobre o racismo no futebol. Um onda de solidariedade a Daniel Alves ganhou corpo nas redes sociais.
Em fevereiro, o volante Tinga foi hostilizado por torcedores do Real Garcilaso, do Peru, no jogo de estreia do Cruzeiro na Taça Libertadores da América. Todas as vezes que Tinga tocava na bola, a torcida adversária imitava um macaco.Apenas um mês depois do caso envolvendo Tinga, o jogador Arouca, do Santos, foi chamado de "macacão" por torcedores durante partida contra o Mogi Mirim pelo Campeonato Paulista. Na ocasião, a Federação Paulista de Futebol interditou o estádio do Mogi Mirim em razão dos atos de racismo.
No Rio Grande do Sul, o árbitro Márcio Chagas encontrou seu carro com a lataria batida e arranhada, e com cascas de banana por cima, ao final de um jogo entre Esportivo e Veranópolis, válido pelo campeonato gaúcho. Punido pelo episódio com perda de pontos, o Esportivo acabou rebaixado para a série B do Gauchão.
G1