Quase 2 mil casos de violência contra a mulher foram registrados em Mato Grosso apenas nos primeiros meses de 2025, segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. O levantamento aponta 1.924 violações, que incluem maus-tratos, exploração sexual e tráfico de pessoas. No entanto, apenas 259 denúncias foram formalizadas junto à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, evidenciando a subnotificação como um dos principais desafios no enfrentamento ao problema.
A divulgação dos números ocorre durante o Agosto Lilás, campanha nacional de conscientização e combate à violência contra a mulher, instituída por lei em 2022. A ação marca o mês de sanção da Lei Maria da Penha, que completa 19 anos em 2025 e é considerada um marco na proteção dos direitos das mulheres no Brasil. Em Mato Grosso, ações educativas e palestras buscam estimular o debate e orientar sobre canais de denúncia.
Para a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, professora Naiara Lopes, denunciar é essencial para romper o ciclo da violência. “Ao denunciar, a mulher busca proteção para si, contribui para a responsabilização dos agressores e para a construção de uma sociedade menos tolerante à violência”, afirma. Ela reforça que a denúncia pode garantir medidas protetivas, acesso a serviços especializados e até salvar vidas.
Os canais de atendimento incluem o 190, para casos de risco iminente; a Central de Atendimento à Mulher (180), gratuita e disponível 24 horas; e as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), com seis unidades físicas em Mato Grosso e atendimento online permanente. A lista completa dos serviços pode ser acessada no site da Secretaria de Segurança Pública ou diretamente na plataforma da Deam Online.
