O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta, 8, e atingiu recorde histórico, diante da imposição de tarifas pela administração do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre importações de barras de ouro de um quilo, em novo golpe à Suíça, que é um dos principais locais do mundo para o refino do metal precioso.
O ouro com vencimento em dezembro encerrou em alta de 1,09%, a US$ 3.491,30 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex). Na semana, o metal avançou 3,50%.
Em uma “carta de decisão” datada de 31 de julho, acessada pelo Financial Times, a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA afirma que barras de ouro de um quilo e de 100 onças troy devem ser classificadas sob um código alfandegário sujeito a tarifas.
Para o Commerzbank, a tarifa “já causa turbulência” e terá sérias implicações nas negociações do metal precioso, especialmente em relação à Suíça, que exportou 450 toneladas de ouro para os EUA no primeiro trimestre em meio às incertezas sobre a aplicação da sobretaxa para o metal dourado. “No início de abril, ficou claro que o ouro ficaria isento de tarifas de importação. Essa clareza chegou ao fim. Agora, a incerteza voltou com força, o que também se reflete na reação dos preços”, avalia.
A Associação Suíça de Metais Preciosos (ASFCMP, na sigla em inglês) se pronunciou e afirmou que, com as tarifas, “torna-se economicamente inviável exportar esses produtos ouro aos EUA”.
O ouro também é impulsionado por maiores expectativas de corte dos juros pelo Federal Reserve (Fed), após Trump indicar o aliado e atual presidente do Conselho de Assessores Econômicos (CEA, na sigla em inglês), Stephen Miran, para ocupar o cargo de diretor no Conselho do Federal Reserve (Fed) até 31 de janeiro de 2026. Ele defende um corte dos juros pelo BC americano, o que costuma beneficiar o metal valioso.