O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu em entrevista à CNN nesta sexta-feira, 8, a punição a bolsonaristas que ocuparam sua cadeira na Câmara, considerando que o ocorrido tratou-se de um “ato grave”. “Temos que ser pedagógicos porque o que aconteceu foi grave. Não podemos concordar com o que aconteceu”, indicou. “Até para que isso não volte a acontecer”, completou.
Na visão de Motta, a oposição “extrapolou tudo aquilo que poderia ser o limite do razoável esta semana” e foi dito aos parlamentares bolsonaristas que havia um “tremendo excesso em buscar a força” para impedir o funcionamento do Senado e da Câmara dos Deputados.
O presidente da Casa baixa do Congresso repetiu que nunca tinha sido visto um movimento da forma como ocorreu nesta semana.
Questionado sobre ter se sentido desrespeitado, Motta afirmou não poder dizer que se sentiu confortável de estar vivendo aquele momento, com parlamentares obstruindo até a passagem do presidente. “Mas entendo também o momento de tensão que todos estavam vivendo. Não era um dia normal”, ponderou.
Motta indicou ainda que, se tivesse usado a força policial, talvez estivesse sendo criticado porque um parlamentar ter sido agredido. Sem citá-la diretamente, o presidente da Câmara fez referência à deputada Júlia Zanatta (PL). “Tínhamos uma parlamentar com uma criança, como você coloca a força física para retirar uma parlamentar que tem seu mandato?”, pontuou.
O parlamentar ponderou ainda que, em sua avaliação, a ação da oposição, do ponto de vista político, atrapalha possíveis pautas que partidos de centro poderiam ajudar na construção. O presidente da Câmara destacou que a população espera dos parlamentares o debate, mas com respeito do regimento e da atividade parlamentar.