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Satélites a 550 km da Terra flagram avanço de espuma tóxica no Tietê

Imagens de satélites que estão em órbita a cerca de 550 quilômetros de distância da Terra registram o avanço da espuma tóxica que cobre o Rio Tietê na região de Salto, no interior paulista. Uma primeira imagem, datada de 19 de julho, mostra concentração de espuma próximo da cachoeira que dá nome à cidade. Em outra foto, do dia 1.º de agosto, é possível ver que o manto de espuma branca se estende até o limite da área urbana, sentido oeste, numa extensão aproximada de 5 quilômetros.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) atribui a espuma ao esgoto não tratado e apontam investimentos para universalizar o tratamento até 2029. O governo do Estado diz que investirá R$ 20 bilhões em saneamento até 2029.

O registro mostra que houve um avanço considerável em poucos dias. De acordo com a SOS Mata Atlântica, a espuma é causada pela presença de detergentes e saponáceos contidos no esgoto que é despejado no rio. As imagens foram captadas pela constelação Dove, da Planet, formada por mais de 130 satélites. A plataforma da SCCON, empresa brasileira de geotecnologia, realiza o monitoramento com a detecção de mudanças e emissão de alertas climáticos. As imagens fazem parte da rede do programa Brasil MAIS, do Ministério de Justiça.

Imagens de drone também flagraram o fenômeno no sábado. Autor dos vídeos, o fotógrafo Daniel Santos diz que subiu o drone entre às 10 horas e o meio-dia. Morador de Salto, ele tem registrado a espuma no Tietê há dez anos e o problema acontece de forma recorrente. “Nunca melhorou, mas agora parece que está pior.”

Especialista

O governo de São Paulo informa que a Cetesb, companhia ambiental do Estado, acompanha os episódios de formação de espuma no Tietê e intensificou as fiscalizações de estações de tratamento, indústrias e municípios que não tratam esgotos. Este ano, foram aplicadas multas no valor de R$ 3,8 milhões. Já a Sabesp informa que investe R$ 70 bilhões para universalizar o saneamento nas cidades em que opera até 2029.

De acordo com a ambientalista Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, embora o problema das espumas seja recorrente, por causa da baixa vazão neste período do ano, o fato reflete a concentração de poluentes que o rio recebe especialmente da região metropolitana de São Paulo. “Quando as águas com poluição chegam às corredeiras de Salto, formam espumas provenientes de sulfactantes, que são produtos biodegradáveis”, afirma ela.

Estadão Conteudo

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