Berzoini comparou o debate sobre uma eventual mudança do nome da presidente Dilma Rousseff para o de Lula às discussões sobre o terceiro mandato, que tomaram força no último ano do segundo governo de Lula, em 2010. Pela Constituição, o mandato é de quatro anos e o político só pode ser reeleito uma única vez. Em 1998, no fim do primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, uma emenda constitucional de 1998 criou a possibilidade do segundo mandato.
"Não existe isso [volta, lula]. Isso é especulação assim como se especulava que Lula ia tentar o terceiro mandato. O Lula honrou, ao contrário do seu antecessor que mudou a Constituição para se beneficiar, o Lula nao mudou as regras do jogo", disse o ministro no intervalo dos eventos realizados no encontro nacional, no Centro de Convenções do Anhembi, na capital paulista.
Durante o encontro, lideranças e delegados do partido vão debater diretrizes e táticas para o ano eleitoral. São esperadas para a noite desta sexta a presença da presidente Dilma Rousseff e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O evento acontece em momento no qual as presidente apresenta queda nas pesquisas de opinião. Além disso, Nesta semana, pronunciamento no qual anunciou aumento de 10% no Bolsa Família e correção na tabela do Imposto de Renda foi duramente criticado por pré-candidatos da oposição, que chegaram a chamá-la de "populista".
Para o ministro, Dilma tem "um conjunto de realizações extraordinárias" que serão mostradas duranta a campanha. "Nós vamos , com toda a humildade e muita determinação, nós vamos vencer essas eleições", afirmou Berzoini.
'Bala de ouro'
Durante o evento, o deputado federal e líder do PT na Câmara, Vicentinho da Silva (SP), também defendeu nesta quinta-feira (2) a candidatura de Dilma e comentou as declarações da ex-ministra Marina Silva (Rede-PSB), que disse nesta semana que Lula seria a "bala de prata do PT".
"Eu concordo que Lula seria a bala de prata, mas porque Dilma é a de ouro", disse o parlamentar.Vicentinho comentou ainda que o governo está preocupado com o índice da inflação, com a "luz amarela" acesa, mas que o patamar está dentro dos padrões. "A inflação é uma ameaça que não se concretizará. Eu diria que a luz está amarela, mas [o índice] ainda está dentro dos padrões", disse.
Eduardo Campos
O deputado Pedro Eugênio (PT-PE) aproveitou o encontro para criticar o ex-governador de seu estado Eduardo Campos, pré-candidato pelo PSB. Para ele, Pedro Eugênio "abraçou as teses tucanas com fervor".Segundo Eugênio, as teses do pré-candidato Campos, especialmente a de que a taxa de inflação deveria ser 3%, são teses favoráveis ao mercado. "É claro que todo mundo quer ter uma inflação baixa, mas é claro também que para você colocar como meta 3% você tem que diminuir gastos. É um discurso muito fácil e simpático a uma determinada maneira de pensar, que é uma maneira conservadora. Muito mais aliado com a economia financeira do que com a economia real, das empresas e do emprego", disse.
O deputado pernambucano informou que o PT vai apoiar a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) para governador de Pernambuco, cargo deixado pelo pré-candidato Eduardo Campos. No estado, o deputado afirma que os petistas já deixaram os cargos que ocupavam durante o mandato de Campos.
"Pelo menos nos quadros mais importantes. Agora, quando você for para terceiro ou quarto escalão fica mais difícil saber, do mesmo jeito que deve ter gente do Campos no governo federal", disse.
G1