Tem gente que carrega o mundo com doçura. e isso não é superficialidade — é força bem resolvida.
Tem pessoas que entram num ambiente e, sem dizer muita coisa, mudam o ar. Gente que sorri com verdade, que escuta com presença, que não se apressa em julgar. São leves. E por serem leves, às vezes são mal interpretadas. Confundidas com quem não sente, com quem não pensa, com quem vive na superfície. Mas ser leve não tem nada a ver com ser raso. tem a ver com saber flutuar mesmo após ter afundado.
A leveza verdadeira não nasce de uma vida fácil. Nasce de quem já passou por muita coisa e escolheu não carregar tudo para sempre. Nasce de quem entendeu que viver não precisa ser um fardo contínuo. Que é possível ter profundidade sem se afogar nos próprios sentimentos. Que dá para ser intenso sem ser pesado. E que, aliás, ser leve é uma forma de resistência em um mundo que insiste em nos endurecer.
Tem gente que é leve porque aprendeu a se perdoar. Porque entendeu que culpa demais sufoca, que autocobrança sem limite paralisa, que remorso não move ninguém para frente. E então escolheu rir das próprias falhas, amar os próprios pedaços tortos, acolher a própria bagunça. E isso, convenhamos, exige uma força enorme.
Ser leve é saber que a vida já é dura demais para a gente se tornar mais um peso dentro dela. É saber chorar, sim, mas também saber respirar fundo, sacudir a poeira e seguir. É não deixar que a dor vire identidade. É olhar para o caos e dizer: isso não vai me consumir inteiro.
Leveza é um compromisso com a liberdade emocional. Com o bom humor que salva, com a delicadeza que constrói, com a simplicidade que conecta. Quem é leve não vive fugindo do fundo, só sabe voltar à tona com mais facilidade.
E, no fim das contas, é essa leveza que permanece. Porque o que pesa demais, a gente aprende a soltar. Mas o que é leve… a gente quer por perto. Sempre.

@enricopierroofc