Juniel de Pinho Silva foi condenado a 36 anos e 10 meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato brutal da companheira Josiane Ferreira da Silva, de 26 anos. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (15), no Tribunal do Júri de Cuiabá, e foi o primeiro no estado com base na nova Lei nº 14.994/2024, o chamado “Pacote Antifeminicídio”, que transformou o feminicídio em crime autônomo, com penas mais severas.
Josiane foi morta com 16 golpes de faca no dia 26 de outubro de 2024, após uma discussão motivada por ciúmes. O crime ocorreu na residência do casal, no bairro Santa Izabel. Após ser agredida, a vítima tentou fugir e buscou abrigo na casa de vizinhos, mas foi perseguida por Juniel, que a atacou pelas costas e a matou com extrema violência, mesmo após ela clamar por ajuda.
O Conselho de Sentença reconheceu que o crime foi cometido em razão do gênero da vítima, com violência doméstica, meio cruel e impossibilidade de defesa. A prisão preventiva do réu foi mantida, e ele não poderá recorrer em liberdade. Após o homicídio, Juniel ainda furtou o cartão de crédito da companheira, com quem convivia há cerca de dois anos.
Josiane deixou dois filhos pequenos, de seis e oito anos, agora sob os cuidados da avó materna. A sentença ressaltou as consequências devastadoras do crime, destacando o sofrimento emocional e psicológico das crianças, que ficaram privadas do afeto e da proteção da mãe por um ato de extrema crueldade cometido por quem deveria zelar por ela.
A família da vítima está recebendo acompanhamento do Espaço Caliandra, ligado ao Ministério Público de Mato Grosso, que presta apoio emocional e assistência socioassistencial. Josiane também foi homenageada no projeto “Em Memória Delas”, com o plantio de mudas de ipê como símbolo de resistência e lembrança das vítimas de feminicídio no estado.