Todo mundo acha que vai viver de verdade quando tudo estiver no lugar. Quando sobrar tempo, quando vier a calmaria, quando os boletos estiverem pagos, quando a cabeça estiver leve. Só que a vida não espera. Ela acontece no meio do caos mesmo. No entre. No durante.
A gente romantiza o depois e esquece que o agora é tudo o que temos. Não existe tempo ideal, existe o tempo real. E o tempo real nem sempre é confortável, organizado ou bonito. Às vezes é bagunçado, apertado, cheio de barulho e dor de cabeça. Mas é nele que a vida pulsa.
O agora é onde mora o encontro. O olhar que você quase não deu. O abraço que não deu tempo. A conversa que ficou para depois e, quando viu, não aconteceu. Viver o agora é perceber que a saudade de alguém que ainda está aqui é sinal de que a gente anda ausente demais do presente.
É claro que a gente tem problemas. Todo mundo tem. Mas a vida não é o que sobra depois que os problemas passam, ela é o que a gente constrói mesmo com os problemas ali. É preciso parar de viver como se a felicidade estivesse sempre adiada. Ela está aqui, escondida no meio das distrações.
A urgência de viver o agora não é sobre descaso ou irresponsabilidade. É sobre presença. É sobre fazer valer o tempo que temos. Porque, no fundo, ninguém sabe quanto tempo tem. E a única coisa que não dá para adiar é a vida.
@enricopierroofc
