O policial militar Ricker Maximiano de Moraes foi condenado a 12 anos e 10 meses de reclusão, em regime fechado, por tentativa de homicídio qualificado contra um adolescente. O crime ocorreu em 2018, em Cuiabá. O julgamento, realizado nesta terça-feira (8), durou mais de 11 horas e aconteceu no Plenário do Júri do Fórum da Capital, sob a presidência do juiz Lawrence Pereira Midon.
Além da sentença, Ricker também é acusado de matar a namorada Gabrieli Daniel de Sousa. A vítima foi assassinada a tiros na residência do casal no dia 25 de maio
Na sentença, o magistrado destacou que a pena considerou a agravante do uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Por se tratar de tentativa e não de homicídio consumado, foi aplicada uma atenuante, resultando na pena final. O juiz também determinou a manutenção da prisão preventiva, a suspensão dos direitos políticos do réu e o pagamento de indenização mínima de 10 salários mínimos à vítima.
O julgamento integra a nova etapa do Programa Mais Júri, promovido pela Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso. A iniciativa busca acelerar o julgamento de crimes dolosos contra a vida e diminuir o acúmulo de processos no estado. Desde o início da atual fase, em 5 de maio, até agora já foram realizadas 66 sessões do Tribunal do Júri na capital.
A força-tarefa conta com a atuação de 10 juízes colaboradores e apoio da Central de Processamento Eletrônico (CPE), além da parceria com o Ministério Público, Defensoria Pública e a Presidência do Tribunal de Justiça. Os julgamentos ocorrem na 1ª Vara Criminal, no gabinete da juíza Mônica Perri e no espaço conhecido como “Plenarinho”.
De acordo com o corregedor-geral da Justiça, desembargador José Luiz Leite Lindote, o programa simboliza o compromisso com a celeridade e a justiça. Já o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, coordenador da iniciativa, explica que a proposta nasceu como resposta ao represamento causado especialmente pela pandemia. “O Mais Júri garante a duração razoável do processo, como prevê a Constituição”, afirmou.
Iniciado em 2023, o programa já promoveu mais de 800 sessões de julgamento em diversas comarcas, incluindo Sorriso, Várzea Grande, Barra do Bugres, Diamantino e Marcelândia. Somente em Cuiabá, foram realizadas 188 sessões, 17 delas relacionadas à Operação Mercenários, que resultaram em 885 anos de condenação para nove dos 14 réus envolvidos.