O mercado de trabalho formal em Cuiabá e Mato Grosso apresentou retração em maio de 2025, em desacordo com a tendência de crescimento observada no Centro-Oeste e no país. Conforme os dados mais recentes do Novo Caged, o estado registrou queda de 10,9% em relação ao mesmo mês de 2024, enquanto a capital teve desempenho ainda mais negativo, com redução de 12,8%. No mesmo período, o Brasil obteve crescimento de 7% e a região Centro-Oeste avançou 9% na geração de empregos formais.
Apesar da retração, Cuiabá continua sendo o maior polo empregador de Mato Grosso, respondendo por 419 dos 3.013 postos formais de trabalho gerados no estado em maio, o equivalente a 19,2% do total. Os dados revelam, no entanto, fragilidade em setores importantes da economia local. Na capital, apenas a construção civil (com saldo de 231 vagas) e a agropecuária (com 3 vagas) tiveram desempenho positivo. O comércio e a indústria, tradicionalmente setores de alta contratação, fecharam 58 e 16 vagas, respectivamente.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), Júnior Macagnam, atribui o resultado negativo a fatores conjunturais, como a alta taxa de juros e a instabilidade econômica, além da ausência de uma política pública clara para atração de investimentos privados. Segundo ele, mesmo com setores como a construção civil e os serviços segurando parte do mercado, o fraco desempenho do comércio e da indústria em Cuiabá é motivo de preocupação.
No cenário estadual, a agropecuária foi o único setor com saldo negativo em maio, com fechamento de 573 vagas. Em contrapartida, a construção civil liderou a geração de empregos com 1.484 novos postos, seguida pelos serviços (801), indústria (705) e comércio (596). Esses dados mostram que, apesar das dificuldades em algumas áreas, Mato Grosso ainda consegue manter uma dinâmica positiva em parte significativa de sua economia, embora a capital enfrente desafios mais severos.