A retirada das famílias foi solicitada pelo Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC), por meio da Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Meio Ambiente da Bacia Hidrográfica do Juruá. Durante a audiência, a prefeitura se comprometeu em ceder uma área segura no Bairro São José, para onde as famílias serão removidas em um prazo de dois meses a partir da audiência.
Segundo os moradores, o problema surgiu após o início de uma obra do Governo do Estado de revitalização na parte mais baixa de um canal, que deu maior vazão à água contribuindo para o desbarrancamento. O Corpo de Bombeiros já havia recomendado a desocupação imediata de pelo menos quatro casas. As famílias foram removidas e atualmente estão morando do aluguel social custeado pela construtora da obra do canal.
A empresa está pagando três meses de aluguel, mas nós já estamos no último mês. Na audiência, a prefeitura se comprometeu em ceder o lote de terra e ajudar com R$ 4 mil para a gente dar entrada em uma casa, explica, Ediane Martins da Silva, de 23 anos, uma das moradoras que teve deixar a área.
Segundo o promotor do meio ambiente, Wendy Takao Hamano, as famílias apresentam baixa condição econômica e se obrigaram a construir às margens do córrego, o que não é permitido por se tratar de uma área de preservação permanente (APP). No processo, o Ministério Público do Estado do Acre destacou a condição dos moradores deixarem a área de risco sem nenhuma possibilidade de retorno.
Se tem construção naquele local é porque o poder público foi omisso na fiscalização, não deveria permitir. Por isso, foi realizado um estudo e em uma próximo oportunidade nós já temos um banco de dados que irá nos dar condição para saber se alguém voltou. De imediato, temos que tirar o pessoal daquele lugar, mas temos que pensar também a médio e longo prazo para que o problema não se repita, conclui o promotor.
G1