O agropecuarista José Duarte Campos foi condenado a seis anos de reclusão, em regime semiaberto, pelo homicídio de Gilmar João Corbari, ocorrido em setembro de 2017, na Fazenda Virgínia, em Canabrava do Norte (982 km de Cuiabá). A sentença foi proferida nesta terça-feira (1º) pelo Tribunal do Júri da comarca de Porto Alegre do Norte (1.125 km da capital), que acolheu integralmente a tese do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT).
Segundo a denúncia, o crime foi motivado por uma discussão envolvendo um incêndio que se alastrou da Fazenda Diana, vizinha à propriedade de Campos. No dia dos fatos, Gilmar, acompanhado de funcionários, tentava conter as chamas quando discutiu com José Duarte sobre a origem do fogo. Durante o desentendimento, a vítima ultrapassou a cerca da fazenda do réu.
A discussão se agravou e, em meio ao conflito, o fazendeiro foi até seu veículo, pegou um revólver calibre .38 e, ao ver Gilmar filmando a situação com o celular, efetuou um disparo no tórax da vítima, que morreu no local. Após o crime, José Duarte fugiu da cena.
Em plenário, o promotor de Justiça substituto Bricio Britzke destacou a importância do reconhecimento da culpa, mesmo com a pena reduzida devido à confissão do réu. “A pena foi reduzida para seis anos em razão da confissão, mas o mais relevante não foi a quantidade da pena, e sim a forma como os jurados compreenderam os fatos”, afirmou.
O Ministério Público sustentou a tese de homicídio doloso, com base nos elementos colhidos na investigação e na conduta do réu no momento do crime. A decisão do júri confirmou a versão apresentada pela acusação, resultando na condenação conforme os termos da sentença de pronúncia.
O caso encerra um capítulo de longa espera por justiça para a família de Gilmar João Corbari, que acompanhou o julgamento com expectativa e alívio. O reconhecimento da responsabilidade pelo homicídio foi considerado um passo importante para a reparação moral da tragédia.