Instado a esclarecer se isso significava que as negociações estavam congelados ou seria chamado off só depois de um governo de unidade foi formado, a agência Reuters informa que um alto funcionário israelense disse: "Elas estão suspensas."
Os relatos do fim das negociações, que surgiram após uma reunião de seis horas do gabinete, também afirmam que Israel pode impor sanções econômicas contra a Autoridade Palestina, segundo a Reuters.
Pouco depois de seu governo anunciar a suspensão das negociações de paz auspiciadas pelos Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o acordo entre a OLP, do presidente palestino Mahmud Abbas, e o movimento islamita Hamas para formar um governo de unidade eram "um grande salto para trás" no processo de paz.
"O pacto com o Hamas mata a paz", declarou o líder israelense à rede de televisão NBC, de acordo com a agência France Presse.
"Acredito que o que aconteceu é um grande revés para a paz, porque esperávamos que o presidente da Autoridade Palestina, Abbas, aceitasse o Estado judeu, a ideia de dois Estados nação, um palestino e outro judeu", explicou Netanyahu.
"Mas, em vez disso, deu um grande salto para trás e fez um pacto com o Hamas, uma organização terrorista que defende a destruição de Israel", acrescentou.
"Enquanto eu for primeiro-ministro de Israel, jamais negociarei com um governo palestino apoiado por organizações terroristas comprometidas com nossa destruição'", insistiu.
Também nesta quinta, um alto funcionário do governo norte-americano disse que os Estados Unidos teriam de reconsiderar sua assistência aos palestinos caso o grupo islâmico Hamas e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) formem um governo conjunto, segundo a Reuters.O Hamas, que governa a Faixa de Gaza e é apontado pelos EUA como um grupo terrorista, e a OLP, que controla a Cisjordânia e tem apoio ocidental, anunciaram um pacto de unidade na quarta-feira, complicando ainda mais as negociações de paz com Israel, mediadas por Washington.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que havia alertado o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a não se reconciliar com o Hamas, reuniu seu gabinete de segurança para discutir as próximas ações do Estado judeu. Uma reunião entre israelenses e palestinos, que havia sido marcada para quarta-feira, já foi cancelada.
"Qualquer governo palestino deve inequívoca e explicitamente se comprometer com a não violência, o reconhecimento do Estado de Israel e a aceitação de acordos de paz e obrigações anteriores entre as partes", disse a fonte oficial dos EUA, citando termos que o Hamas tradicionalmente rejeita.
"Se um novo governo palestino for formado, vamos avaliá-lo com base na sua adesão às estipulações acima, suas políticas e ações, e vamos determinar quaisquer implicações para nossa assistência com base na lei dos EUA", disse a fonte, falando à Reuters sob anonimato.
À AFP, um líder da Autoridade Palestina (AP) declarou, após o anúncio da suspensão das negociações por parte de Israel, que os palestinos declararam estar estudando todas as opções para responder à ação do Estado hebreu.
"A liderança palestina estudará todas as opções para responder às decisões do governo israelense contra a AP", declarou à agência o negociador Saeb Erakat. "Agora, a prioridade dos palestinos é a reconciliação e a unidade nacional", disse.
Entre as possibilidades analisadas pelos palestinos, está a adesão a novos tratados e organizações internacionais, afirmou.
Rompimento
As duas facções palestinas estavam rompidas havia sete anos, quando travaram uma curta guerra civil pelo controle de Gaza. Nesse período, houve diversas tentativas frustradas de conciliação, culminando com o acordo da quarta-feira, que prevê a formação de um governo de unidade nacional nas próximas cinco semanas e a realização de eleições nacionais seis meses depois.
Do ponto de vista dos EUA, manter a ajuda a um governo palestino que inclua o Hamas significaria prestar assistência a um grupo qualificado como terrorista.
Questionado sobre o risco de perda de ajuda financeira, o subsecretário-geral da OLP, Yasser Abed Rabo, disse a uma rádio palestina que os EUA estão se precipitando em penalizar um governo que nem sequer foi formado ainda.
"O que aconteceu em Gaza nos últimos dois dias é apenas um primeiro passo, que saudamos e queremos reforçar. Mas esse passo não deve ser exagerado, o fato de um acordo de reconciliação ter sido completamente alcançado… Precisamos observar o comportamento do Hamas em muitos detalhes durante os próximos dias e semanas, a respeito da formação do governo e outras coisas."
G1