Ainda na chegada de Dilma ao estádio no início da tarde, cerca de 40 policiais federais ameaçaram fechar a Avenida Ranulfo Paes de Barros, por onde a presidente passaria. Nesse momento, houve uma discussão com policiais rodoviários federais, que impediram o fechamento total da via. Em seguida, os veículos da comitiva passaram em meia pista, a outra parte estava tomada por policiais federais.
A presidente e o governador Silval Barbosa (PMDB) que estavam no mesmo carro baixaram o vidro quando passaram pelos manifestantes, momento no qual Dilma sorriu e acenou.
“Sem polícia, sem copa”
Entre os grupos presentes, o mais barulhento era o da polícia federal que gritou enquanto a comitiva presidencial passava “Na copa do Pantanal acabou a federal”. Entre os policiais estava Paulo Gomes, escrivão e membro do sindicato da PF em Mato Grosso.
“Queremos a reestruturação da PF e frear esse processo de sucateamento. Hoje o efetivo para proteger a fronteira é ridículo. E o pior, hoje não somos polícia de Estado, mas de Governo. Temos que informar quem estamos investigando ao governo e isso não pode continuar”, ajuizou Paulo Gomes.
Mesmo com a forte adesão da categoria que paralisou as atividades para protestar durante a passagem de Dilma pela capital, o sindicalista acredita que pela postura “intransigente” a presidente dificilmente chegará a um acordo com os policiais federais. Ainda assim, ele pontua que em algum momento terá que negociar. Pois, caso o diálogo não aconteça a intenção da PF é parar as atividades durante a Copa do Mundo.
Já os policiais militares que aproveitaram os momentos de folga para manifestar durante a visita de Dilma já mantém conversa com os deputados estaduais por melhorias para a categoria. “Queremos isonomia salarial, etapa alimentação em cartão, jornada de quarenta horas com pagamento de hora extra e adicional noturno. Enfim, valorização e dignidade para a classe”, afirmou o Soldado Salgado, que compunha o grupo de PM´s no local.
Sociedade civil
Um grupo de manifestantes que se juntou aleatoriamente nos portões G e H gritavam “Dilma, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”. Outro formado por três amigos empunhavam a faixa: “Dilma, por que não veio de VLT?”.
O advogado André Barcelos falou pelo grupo. De acordo com ele, os três são ‘a voz dos cuiabanos’ insatisfeitos com a forma com que as obras da Copa são conduzidas na Capital.
“Há sete anos, quando Cuiabá foi anunciada como sede do Mundial, o discurso era de transformação em cidade do futuro. Agora, vemos que o valor estimado para essas mudanças já foi gasto e das cinquenta e três obras nenhuma foi entregue em sua totalidade”, desabafou o advogado.
O jovem ainda afirma que Cuiabá está sitiada e que o Governo do Estado não demonstra qualquer preocupação com a população, o incentivo ao turismo e a cultura não aconteceram e ainda assim ficará para a população uma dívida impagável.
Por fim André Barcelos questiona, “A Dilma chega e não enfrenta a FEB e a Prainha de carro, ela vem de helicóptero. Que tal ela dar seiscentos mil helicópteros para a população da baixada?”.
Veja no vídeo, o momento em que a presidente Dilma chega à Arena e é hostilizada pelos manifestantes: