A família de Álvaro Pedroso, de 55 anos, procurou a polícia e fez um exame de DNA para confirmar o parentesco. O sangue utilizado para o teste foi o da filha do motorista.
De acordo com o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), o motorista sumiu no último dia 22. Naquele mesmo dia, partes do tronco e membros foram encontradas no entorno do cemitério da Consolação, em Higienópolis. Cinco dias depois, a cabeça foi achada na Praça da Sé.
A Polícia Civil conseguiu um vídeo e fez o retrato falado de uma mulher que seria a amante de Álvaro. Ela é suspeita de envolvimento no sumiço e no assassinato do motorista. As imagens das câmeras, o retrato falado e a identidade da amante não foram divulgados.
O retrato falado, segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Souza Blazeck, foi feito a partir de imagens que mostram uma mulher empurrando um carrinho pela região da Consolação, onde o cadáver foi encontrado. Relatos de testemunhas da área que viram essa pessoa também ajudaram a elaborar o rosto da suspeita.
De acordo com a investigação, a família do motorista comentou que ele nasceu em Minas Gerais, mora em São Paulo, é casado, mas estaria tendo uma relação extraconjugal com uma prostituta. E que havia saído de casa na tarde de 22 de março para ver a amante. Depois disso, ele desapareceu.
Policiais investigam a hipótese de a mulher que se encontrou com Álvaro tê-lo matado ou contratado assassinos de aluguel para executá-lo. Um dos motivos seria o fato dele querer romper o relacionamento com ela.
No sábado (5) passado a Polícia Civil divulgou a imagem digitalizada do rosto do homem que teve o corpo esquartejado. Como a cabeça da vítima foi encontrada com lesões profundas do lado esquerdo, a identificação da face só foi obtida por meio de uma reconstituição feita a partir da análise computadorizada do formato do crânio.
Foi com o programa de computador de "reconstituição facial" da polícia que peritos conseguiram reproduzir o rosto que acreditam ser da vítima. Somente depois da elaboração desse retrato é que a família de Álvaro foi chamada para reconhecer a imagem, que achou parecida com a do motorista.
OAB
A Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) acompanha as investigações a pedido da polícia. "Fomos chamados pelo DHPP para dar garantir a lisura e transparência da apuração", afirmou o advogado Arles Gonçalves Júnior, presidente da comissão, à equipe de reportagem.
De acordo com Gonçalves Júnior, a Justiça teria decretado sigilo no caso para não atrapalhar a investigação. "Ou seja, detalhes da apuração não poderiam ser passadas para a imprensa, mas somente para as partes envolvidas: polícia, OAB e familiares".
G1