O emprego industrial recuou em abril, aponta levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta sexta-feira. De acordo com os Indicadores Industriais, o número de postos de trabalho do setor caiu 0,4% entre março e abril. Essa foi a primeira queda após 18 meses – desde setembro de 2023 não era registrado um recuo.
A despeito da queda, o emprego industrial registrou alta de 0,7% entre janeiro e abril, na comparação com os últimos quatro meses de 2024. Em relação a janeiro e abril do ano passado, aumentou 2,6%.
A avaliação do gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, é de que o indicador reage de forma lenta e gradual ao cenário econômico, o que faz com que a queda mensal de 0,4% seja significativa e reflita a desaceleração da indústria.
“Por causa do aumento da demanda por bens industriais, a produção cresceu e, com isso, o emprego aumentou durante um longo período. Cresceu por 17 meses, parou de crescer em março e caiu em abril. Isso se deve à queda da demanda e da atividade industrial nos últimos meses”, disse.
Outros indicadores ligados ao mercado de trabalho industrial tiveram alta expressiva em abril. A massa salarial real subiu 4,4%, revertendo as quedas registradas em fevereiro e em março. Ainda assim, a massa salarial acumula queda de 1,3% no primeiro quadrimestre de 2025 em relação ao último quadrimestre de 2024. O rendimento médio dos trabalhadores da indústria aumentou 5% na passagem de março para abril e também reverte a queda do indicador nos primeiros meses do ano. O rendimento médio segue 2,5% abaixo do patamar do fim do ano passado.
Faturamento e UCI em queda
O documento da CNI ainda aponta a queda da utilização da capacidade instalada (UCI) para 77,9%, de 0,6 ponto porcentual, após quatro meses no mesmo patamar.
“A queda da UCI foi significativa e é mais um fator que indica a desaceleração da indústria, que já conseguíamos ver no faturamento e nas horas trabalhadas na produção”, explica Azevedo.
A pesquisa também mostra que o faturamento real da Indústria caiu 0,8% em abril – segunda queda consecutiva. Apesar dos resultados negativos, o faturamento do setor fechou o primeiro quadrimestre do ano com alta de 2,4%, na comparação com os últimos quatro meses de 2024.
O número de horas trabalhadas na produção ficou praticamente estável na passagem de março para abril, com um leve recuo de 0,3%.