Esportes

Público pagante da Arena Amazônia cai 92% em quatro jogos

 
No dia 9 de março, quando se enfrentaram no estádio os times do Nacional (AM) e do Remo (PA), pela Copa Verde, o público atingiu a capacidade máxima então permitida, de 20 mil pessoas. É que, por se tratar do primeiro jogo na arena, a capacidade máxima do estádio, de 44 mil torcedores, foi reduzida.
 
Na segunda partida, a primeira da final do Campeonato Amazonense, entre Fast e Princesa do Solimões, o público caiu quase à metade, e apenas 11.000 pessoas foram à Arena Amazônia acompanhar a partida. Já no terceiro jogo, quando o estádio passou pela sua primeira partida em que todos os procedimentos que serão adotados nos jogos da Copa foram testados, o público quase lotou as arquibancadas: 40.189 pessoas foram ver o Resende enfrentar o Vasco, pela Copa do Brasil.
 
Já na última partida da arena, no último dia 9, sem o charme da partida inaugural nem a presença de um time grande do futebol brasileiro, apenas 3.183 torcedores pagaram para assistir à vitória do Nacional de 2 a 1 sobre o São Luiz-RS, em jogo válido pela Copa do Brasil, uma queda de 92% em relação ao público da primeira partida. 
 
O presidente do Nacional, Mário Cortez, esperava um público maior. Tanto que colocou à venda 15.500 ingressos. Somente 20% do total foi vendido. No dia seguinte ao jogo, disse o cartola, a respeito da renda obtida e dos custos da partida: "Certamente o jogo nos causou prejuízo, estamos calculando quanto".
 
De acordo com o documento financeiro da Federação Amazonense de Futebol a que UOL Esporte teve acesso, porém, se existe prejuízo, este ficará para Estado do Amazonas. De acordo com o boletim financeiro da partida, a renda bruta do jogo foi de R$ 124.700. As cadeiras VIPs custavam R$ 100, e das 500 colocadas à venda, 21 foram vendidas. O restante da renda veio dos ingressos de arquibancada (R$ 50) e de estudantes e idosos (R$ 25).
 
A renda líquida auferida, que ficou para o Nacional, foi de R$ 37.234. A renda líquida é o valor que sobra do total arrecadado depois que são descontadas as despesas. E a maior  delas foi a conta do que foi gasto com água e lanche para os policiais militares e seguranças: R$ 26.600. Já o pagamento dos demais funcionários que trabalham no jogo, como vendedores de ingresso, atendentes nos bares, pessoal de limpeza etc consumiu outros R$ 14.443.
 
Para o dono do estádio, o Estado do Amazonas, foram destinados R$ 14.470 pelo aluguel do equipamento. Isso porque, pelo acordo oferecido pelo governo estadual ao Nacional, o valor do aluguel da Arena Amazônia seria de 10% da renda obtida. De acordo com a previsão do governo do Amazonas, a partida do último dia 9 cobriu 2,9% do custo mensal de manutenção da nova arena. 
 
Em outras arenas do país, o proprietário do equipamento não propõe condições tão atraentes aos seus locatários. No Pacaembu, por exemplo, estádio pertencente à cidade de São Paulo, uma lei municipal determina a cobrança de aluguel de 15% da renda bruta.
 
Em outros locais, o aluguel pelo estádio é uma taxa fixa. Em outubro do ano passado, por exemplo, Bahia e Ponte Preta jogaram na Arena Fonte Nova, estádio construído com recursos do Estado da Bahia e que será operado nos próximos 35 anos pelas empreiteiras OAS e Odebrecht.
 
A partida recebeu 9.448 torcedores pagantes, que proporcionaram uma renda de R$ 200.030. Desse montante, a título de aluguel da arena, foram parar na conta das empreiteiras baianas R$ 170 mil.
 
Prejuízo à vista
 
Não será tarefa fácil fazer com que a Arena Amazônia não dê prejuízo aos cofres públicos após a Copa. Isso porque, desde o ano passado, os clubes do Amazonas já avisaram que não irão disputar o campeonato estadual ali, porque não querem ter prejuízo.
 
E, após a última partida do dia 9, o Nacional estuda disputar na arena somente os jogos com grande potencial de atração de público, e não mais todas as partidas da Copa do Brasil que venha a disputar. Isso porque é possível obter uma arrecadação líquida maior que os R$ 37.234 do último dia 9 disputando os jogos em estádios menores da capital amazonense, onde as contas com segurança, iluminação e pessoal são substancialmente menores. 
 
Tampouco traria grandes alívios financeiros a disputa do Campeonato Amazonense no novo estádio manauara. Em 2013, o maior público do Campeonato Amazonense em Manaus foi na final entre Nacional e Princesa do Solimões, no dia 26 de maio: 5.800 pagantes, que proporcionaram uma renda de R$ 54 mil. A soma dos públicos de todos os jogos do campeonato foi de 47.639 torcedores, conforme relatório produzido pela Pluri Consultoria. Média por jogo: 807 pagantes, ou menos de 2% da capacidade da Arena Amazônia.
 
UOL

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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