Bono, líder do U2, esteve no Festival de Cannes na semana passada para a estreia do documentário Bono: Stories of Surrender. O filme de Andrew Dominik, que começa a ser exibido na Apple TV+ no dia 30, adapta o monólogo que nasceu do livro de Bono de 2022, Surrender: 40 Músicas, uma História.
“Eu sabia que tinha de escrever o livro. A peça foi para que eu não tivesse de fazer a turnê do livro em atividades promocionais normais, para que eu realmente pudesse me divertir com isso e interpretar todos os diferentes personagens da minha vida”, disse ele, afirmando que boa parte do que ele é vem da combinação da “travessura com a melancolia”.
Bono aproveitou a passagem por Cannes para dizer que “o mundo nunca esteve tão perto de uma guerra mundial” e fazer críticas ao governo dos EUA. “Este é um momento assustador. Acho que reconhecer que podemos perder tudo o que ganhamos é sombrio, mas pode ser uma mudança de curso. Eu acredito o suficiente nos americanos. Mas essa não é a América que eu reconheço ou entendo.” Ele também fez críticas à Rússia.
“Mais russos morreram lutando contra os nazistas na Segunda Guerra do que de outros países. Agora eles pisam em suas próprias memórias sagradas pisando nos ucranianos que também morreram na linha de frente”, afirmou.
Ainda assim, o músico diz que é necessário manter a esperança. “Há uma ministra da Albânia que disse algo que realmente ficou comigo. Ela disse: se você tem a chance de ter esperança, é um dever moral porque a maioria das pessoas não tem. Então, sim, eu sinto que vamos encontrar uma saída para isso.”