Opinião

Eclipse total da Lua em 15 de abril

 
Um eclipse lunar total passa por algumas fases antes da totalidade, que ocorre quando a Lua entra na parte mais escura da sombra produzida pela Terra. Inicialmente ocorre um eclipse lunar penumbral, quando a Lua apenas diminui o seu brilho e não é perceptível nem a olho nu e nem com telescópios amadores. Logo depois acontece um eclipse parcial da Lua que costuma ser a parte preferida do público, quando a Lua parece estar mordida. Após a totalidade, os dois eclipses anteriores se invertem;    ocorre um eclipse lunar parcial que é seguido por um eclipse lunar penumbral até o  término do eclipse.  
 
Um eclipse lunar total ocorre quando a Lua, na fase cheia, alcança a região  da sombra que a Terra projeta no espaço.  Para que um eclipse total ocorra deve acontecer um alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua.  Mesmo quando a Lua entra totalmente na umbra, que é a parte mais escura da sombra da Terra, ela não desaparece totalmente, apresentando uma cor avermelhada. Isso ocorre porque a luz solar é espalhada e refratada na atmosfera da Terra, que funciona como um filtro. A luz azul é  muito mais dispersada do que a luz vermelha, e segue diversas direções. A luz vermelha permanece mais próxima ao seu trajeto original e parte dessa luz alcança a Lua. A presença de poeira e a fumaça no ar ajudam a tornar a cor da Lua avermelhada. 
 
É importante salientar que a visão de um evento astronômico depende da localização do habitante em nosso planeta. Quem segue o fuso horário de Cuiabá (UT-4) conseguirá avistar a totalidade desse eclipse e o eclipse lunar parcial que o segue. Antes de terminar o eclipse penumbral a Lua não estará mais visível. Em termos práticos, se as condições climáticas nos estiverem favoráveis será possível observar a Lua obscurecida e  “mordida” duas vezes, antes e após sair da totalidade. Para os habitantes do Acre todo o eclipse lunar penumbral na fase final ainda estará disponível, mas, como esse tipo de eclipse lunar não é  facilmente perceptível, essa não é uma grande vantagem. Ocorre que para um  habitante mais a oeste, em Rio Branco (UT-5), por exemplo, a Lua estará mais alta durante o eclipse e o fenômeno será observado mais facilmente. Para um morador de Recife (UT-3) a Lua já estará mais baixa no céu, dificultando a sua observação.  Para observadores com o mesmo fuso horário, como os de João Pessoa e Brasília, a
mbos com UT-3, por exemplo, as diversas etapas do eclipse lunar ocorrerão ao mesmo tempo, mas, os observadores mais a oeste (os de Brasília) terão uma melhor visualização do fenômeno.
 
Esse eclipse lunar total está sendo chamado de Lua Sangrenta (“Blood Moon”), popularizado pelo pastor John Hagee em seu livro “Quatro Luas de Sangue”.   Ocorrerão quatro eclipses lunares totais em sequência, possíveis de serem observados na Terra: em 14-15 de abril de 2014, 8 de outubro de 2014, 4 de abril de 2015 e 27-28 de setembro de 2015.  
 
Para a Astronomia esse fato não tem nenhum significado, muito menos para nós no Brasil. Como a observação de eventos astronômicos depende da localização do observador, nós só poderemos observar outro eclipse lunar total em 27-28 de setembro de 2015, começando na noite de 27 de setembro e terminando na madrugada de 28  de setembro de 2015. Portanto, para nós serão dois, e não quatro eclipses lunares totais no período 2014-2015. 
 
Telma Cenira Couto da Silva, doutora em Astronomia
 

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