A advertência foi feita no Congresso da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, no qual 1.300 especialistas debatem sobre as últimas novidades experimentais e assistenciais contra doenças como gripe, HIV, sepse, tuberculose e hepatite C.
O presidente do Comitê Científico do Congresso, Joaquín Portillo, afirmou que qualquer avião que chegar a um aeroporto europeu procedente da África central "pode produzir uma disseminação" do vírus do ebola.Segundo sua opinião, o atual surto deveria ser tratado e controlado nos países da África central, onde "aparecem de forma periódica" porque os graus de pobreza e a falta de salubridade pela falta de recursos econômicos e sanitários "é brutal".
"A sorte, entre aspas, é que o ebola mata de forma rápida e isto corta a disseminação", disse Portillo, para quem o atual surto está ativo há mais tempo e afeta vários países.
Por isso, segundo Portillo, "quem deveria focar os esforços na África central são a ONU e as agências internacionais".
"Não seria estranho que um avião procedente de Mali ou Guiné chegar no aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, com uma pessoa que está incubando o vírus", afirmou.
A presidente do comitê organizador do Congresso, Concepción Gimeno, argumentou que embora o vírus não seja transmitido no período de incubação, isto pode ocorrer na primeira fase, quando os sintomas se assemelham a um quadro gripal, e na segunda, quando o paciente sofre hemorragias por todos os orifícios.
"Nós podemos ver o vírus na Europa? Sim, podemos", afirmou Gimeno. Segundo a especialista, a África precisa estar "muito mais preparada e a Organização Mundial da Saúde (OMS) precisa ir e fechar fronteiras para que o surto não passe de um país para o outro".
O surto de ebola surgiu em Guiné, em março, e está afetando também a Libéria.
Até esta terça-feira (8), segundo a OMS, tinham sido detectados 157 casos em Guiné, com 101 mortos, dos quais 67 foram confirmados por testes de laboratório; e na Libéria fora detectados 21 casos, com 10 mortes, cinco delas confirmadas em laboratório.
G1