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IIF prevê crise fiscal histórica para os EUA

Os Estados Unidos podem enfrentar uma crise fiscal capaz de redefinir a trajetória da maior economia do mundo, de acordo com relatório do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). Segundo a instituição, a extensão dos cortes de impostos sem compensação adequada pode levar a dívida pública americana a níveis altos – de 100% do PIB atualmente para 130% em 2034 e 180% em 2044.

Segundo as projeções do IIF, a simples prorrogação da política tributária da era Trump exigiria US$ 24 trilhões em empréstimos adicionais nas próximas duas décadas, o que pressionaria os juros e elevaria o risco de instabilidade financeira global. O IIF estima ainda que essas medidas poderiam elevar a dívida em US$ 5,8 trilhões até 2034.

Só nos próximos dez anos, o rombo seria de US$ 7,2 trilhões, incluindo o impacto da proposta de isenção fiscal para gorjetas e horas extras, que sozinha custaria US$ 1,4 trilhão à receita federal.

As tarifas comerciais, mesmo com taxa universal de 10%, cobririam apenas 20% (US$ 1,7 trilhão até 2034) do rombo projetado. O Departamento de Eficiência Governamental (Doge), que prometia economias de US$ 2 trilhões anuais, mal alcança US$ 160 bilhões, menos de 10% da meta, diz o IIF.

América Latina

Vários países da América Latina estão excessivamente expostos a dívidas em moeda estrangeira, principalmente em dólar, segundo o IIF. O endividamento público na região caiu de 70,7% do PIB no primeiro trimestre de 2024 para 66% no mesmo período de 2025, aponta a instituição.

A Argentina emerge como o caso mais preocupante da região, com 41,8% de sua dívida pública em moeda estrangeira no primeiro trimestre deste ano – o maior porcentual entre os países latino-americanos. A alta exposição coloca o país em situação frágil diante de qualquer oscilação na cotação do dólar ou mudança no cenário de juros internacionais. O endividamento público chegou a 77,6% do PIB no período, ante 126,3% do mesmo intervalo de 2024.

O Brasil manteve 4% da dívida pública atrelada a moedas estrangeiras no primeiro trimestre de 2025. Já o endividamento governamental alcançou 82,9% do PIB – em 2024, era 84,5%.

Estadão Conteudo

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