Segundo o comunicado enviado pela Capes aos alunos, eles devem regressar ao Brasil ao fim do curso de inglês em abril para retormar as atividades em universidades brasileiras, já que não alcançaram nível de conhecimento linguístico ou rendimento necessários para ingresso no semestre acadêmico.
Aluna do último período de Biomedicina na Unirio, Taiana Sousa, de 24 anos, foi uma alunas a receber o comunicado da Capes. Ela havia embarcado para o Canadá em setembro para estudar inglês e depois fazer pesquisa por seis meses na Universidade de Toronto. No entanto, terá que voltar antes do estágio.
– Era para eu estar formada e ingressando no mestrado. Abdiquei disso tudo para estar aqui. Minha principal frustração é que eles dizem que não tive sucesso no curso de inglês, mas passei do nível 50 (avançado) no curso da universidade. Tirei o conceito B, nota exigida no contrato. Segundo a universidade, o problema é que não há vagas para o meu curso Gostaria de ficar para estudar. Meu objetivo maior era fazer pesquisa – disse Taiana ao GLOBO por telefone.
Segundo ela, 84 alunos estão na mesma situação no Canadá, mas o número deve aumentar:
– Recebemos e-mail da Capes há umas três semanas. Mas hoje a Capes entrou em contato com outros alunos dizendo que mais gente vai ter que voltar.
Pelos cálculos de Taiana, ela recebeu US$ 11.200 de bolsas de estudos nos sete meses em que está no Canadá, fora ajuda de custos com passagens e realocação. De acordo com a estudante, a prova de proficiência em inglês, que estava prevista para abril foi antecipada para fevereiro:
– Estava previsto que iríamos fazer o Toefl ao término do segundo nível do curso, mas foi antecipada para o início. Tiveram alunos que receberam e-mail às 14h para efetuar o pagamento da prova até as 19h do mesmo. Nenhum aluno estava preparado.
Os universitários em questão não foram aprovados orginalmente para universidades canadenses e australianas. Eles haviam sido selecionados para estudar em Portugal, em um edital de 2012. No entanto, em abril de 2013, o MEC cancelou o convênio com instituições portuguesas pelo CsF para estimular o aprendizado de uma segunda língua.
Na época, a Capes divulgou que os estudantes inscritos para bolsas de estudos em Portugal poderiam transferir as inscrições para Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália ou Irlanda. Ainda segundo a Capes, 9.691 candidatos que apresentaram pontuação acima de 600 pontos no Enem tinham qualificação condizente com os critérios do programa e não era viável alocar esse elevado número de estudantes nas instituições portuguesas.
Para os estudantes que transferiram suas inscrições em universidades portuguesas para outros países não foi exigido o nível de proficiência em idiomas pedido nos editais específicos para os demais programas.
O GLOBO