Nacional

À espera da separação, gêmeos siameses comemoram 5 anos

 
A família dos gêmeos, que são unidos pelo tórax, abdômen e bacia, é de Riacho de Santana, no interior da Bahia. Ao constatar que a gestação era de siameses, a mãe foi encaminhada para Goiânia, onde foi realizado o parto, no Hospital Materno Infantil (HMI), unidade referência no acompanhamento de siameses.
 
Na festa de aniversário, organizada pela Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), entidade mantedora do abrigo onde eles vivem, os meninos se mostraram contentes com os muitos presentes que ganharam.
 
Pai dos gêmeos, Delson Brandão diz que os filhos estão na expectativa para a cirurgia. “Eu mostrei uma foto em um celular para eles em que só aparecia um. Então, um deles ficou surpreso e disse que eles ainda nem tinham feito a cirurgia e que já estavam sozinhos. Eles têm essa consciência que precisam ser separados”, disse o pai.
 
Já a professora Eliana Ledo Rocha dos Santos, mãe dos meninos, diz que está ansiosa com o procedimento que irá separar os filhos. “Cada vez que chega mais próximo a gente fica mais animada, mas também vem a ansiedade. Mas eu creio em Deus e sei que vai dar tudo certo”, ressaltou.
 
Médico responsável pelos siameses, o cirurgião Zacharias Calil é um dos profissionais com mais conhecimentos em casos como este. Ele participou da festa de aniversários dos siameses e contou que a situação de Arthur e Heitor é um dos maiores desafios da sua carreira. “Estamos fazendo o possível e o impossível para conseguirmos fazer uma cirurgia em que os dois sobrevivam”, afirmou.
 
Na última quarta-feira (2), os siameses passaram por uma operação para a recolocação de dois dos oito expansores que apresentaram complicações, sendo um no tórax e outro na terceira perna que ambos dividem. O procedimento, que durou cerca de duas horas e foi acompanhado por dez profissionais, correu dentro do esperado. "A cirurgia foi um sucesso", disse Calil ao G1.
 
O médico salienta que, como eles dividem vários órgãos e já têm uma idade considerada avançada para o procedimento, o cuidado deve ser redobrado. "Geralmente, fazemos essa operação em crianças com até um ano de idade. Mas é necessário que os pacientes tenham todas as condições necessárias para fazer a cirurgia, se não a probabilidade de insucesso é de 100%. O risco é muito alto e apesar de conhecermos o organismo deles, pode haver surpresas. É imprevisível", afirma.
 
O cirurgião explicou como funcionam os expansores. Segundo ele, são balões de silicone colocados vazios embaixo da pele. Os objetos possuem uma válvula, onde é injetada uma solução fisiológica para inflá-lo e esticar a pele.
 
Tratamento
 
A mãe dos gêmeos procurou ajuda antes mesmo dos filhos nascerem. "Quando eu descobri que eles eram siameses, procurei na internet algum caso semelhante ao meu e li sobre a equipe do doutor Zacharias Calil. Vim para Goiânia grávida, eles nasceram no HMI", relata Eliana.
 
Ela deixou o emprego de professora para cuidar das crianças e se orgulha de ter alfabetizado os filhos: "Eles já sabem ler e escrevem algumas palavras". Eliana conta que eles são alegres, brincalhões e adoram jogar no computador.
 
G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus