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Polícia rastreia grupos de ódio e impede ataque a bomba no show de Lady Gaga

A Polícia Civil do Rio (PCERJ) e o Ministério da Justiça informaram ter impedido um ataque a bomba que ocorreria no show da cantora americana Lady Gaga na Praia de Copacabana no sábado. O líder do grupo criminoso e autor do plano foi preso e um adolescente acabou apreendido.

De acordo com a polícia, o homem responde por porte ilegal de arma de fogo, no Rio Grande do Sul. Já o adolescente foi apreendido por armazenamento de pornografia infantil no Rio. Um terceiro suspeito foi alvo de busca e apreensão em Macaé, na Região dos Lagos. Segundo a PCERJ, ele ameaçou matar uma criança ao vivo, e responde por terrorismo e indução ao crime.

A operação foi batizada de Fake Monster – os fãs de Gaga são apelidados de little monsters, ou monstrinhos. De acordo com a polícia, os envolvidos no plano de ataque recrutavam participantes, incluindo adolescentes, virtualmente. O objetivo era promover ataques coordenados com uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov. Os criminosos tratavam o plano como um “desafio coletivo” e buscavam ganhar notoriedade nas redes. O grupo disseminava discurso de ódio contra crianças, adolescentes e o público LGBT+.

O trabalho inicial foi feito pela Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança Pública (Civitas), da prefeitura do Rio, a partir de um relato ao Disque Denúncia feito há uma semana. A informação apontava grupos no Discord – um aplicativo de mensagens de texto geralmente utilizado por jovens para criar comunidades de jogos online – com mensagens de ameaças.

INTERESTADUAL

Segundo a polícia, os alvos das operações “atuavam em plataformas digitais, promovendo a radicalização de adolescentes, a disseminação de crimes de ódio, automutilação, pedofilia e conteúdos violentos como forma de pertencimento e desafio entre jovens”. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Rio, Niterói, Duque de Caxias e Macaé. Além disso, houve ações nos municípios de Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista, no Estado de São Paulo; São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul; e Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso. Os agentes apreenderam dispositivos eletrônicos e outros materiais para perícia.

A polícia informou que organizou a operação com “discrição e precisão” para evitar pânico e distorção de informações entre os frequentadores do show. “A Polícia Civil agiu de forma silenciosa e sem criar pânico. É o tipo de informação que a Polícia não pode desprezar. Nesse sentido, atuamos cirurgicamente para que o crime não acontecesse. Toda vez que tivermos conhecimento da iminência de um ataque, nós iremos agir”, afirmou o delegado Felipe Curi, secretário de Estado de Polícia Civil.

A ameaça foi identificada pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil. O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça produziu um relatório com as ameaças digitais.

Participaram da ação a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), a Delegacia Policial da Tijuca (19.ª DP) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). As polícias locais dos Estados que cumpriram mandados de busca colaboraram.

SP

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), um adolescente de 16 anos de São Vicente confirmou ser responsável por perfis que publicavam mensagens de ódio e estaria envolvido com o grupo agora sob monitoramento da inteligência policial. No entanto, ele negou envolvimento com ameaças de atentado relacionadas a Lady Gaga.

O adolescente foi localizado no bairro Vila Jockey Clube. Os policiais apreenderam com ele um computador, um celular, um HD externo, um cartão de memória e um videogame. Ele foi liberado na presença do pai.

CELULARES

Neste sábado a Polícia Civil do Rio também deu início à “Operação Rastreio”, contra roubo, furto e receptação de celulares, com foco também em grandes eventos, como o show de Gaga.

Quatro dos principais receptores celulares do Estado foram presos, além de outros 12 integrantes da quadrilha. Cerca de 200 aparelhos foram recuperados na ação. “Durante o show, foi percebida uma movimentação na região, com muitas pessoas com aparelhos roubados para serem vendidos para os receptadores. Por conta disso, deflagramos a operação”, disse Curi.

A quadrilha tinha acesso aos aplicativos das vítimas, onde conseguiam fazer Pix em contas no nome de laranjas.

Estadão Conteudo

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