Osborne chegou de carro pelo 22º Batalhão de Polícia Militar, um dos acessos à comunidade Nova Holanda, e andou cerca de 200 metros a pé até a sede da Luta pela Paz, onde uma roda de capoeira de alunos do projeto o esperava logo na entrada. Depois, ele viu aulas de artes marciais e conheceu Roberto Custódio, lutador formado pelo projeto, que hoje é da Seleção Brasileira de Boxe e vai participar dos Jogos Olímpicos de 2016.
"Ele quis saber se eu iria para as Olímpiadas para ganhar o ouro e eu disse que tinha mais responsabilidade porque os jogos serão aqui no Rio", contou Roberto, que teve Luke como intérprete da conversa. O lutador, que tem 27 anos, começou no esporte em 2001 e já ganhou títulos internacionais, como o Pan-Americano de Boxe, disputado no Chile no ano passado.
Osborne visitou também salas de aula e o conselho jovem da ONG, no qual alunos eleitos pelos colegas ajudam na gestão do projeto. Em seguida, o ministro britânico reuniu os atletas para desejar boa sorte à ONG. "Continuem treinando e se esforçando para conquistar tudo o que merecem". No final, Osborne brincou dizendo que poderiam se encontrar na final da Copa do Mundo em campos diferentes, embora estejam "no mesmo time".
Depois da visita, Downdney disse que o governo britânico apoia o projeto desde a visita do primeiro-ministro David Cameron, em 2012, e que, nos próximos dias, o Luta pela Paz deve receber mais um suporte do Reino Unido para sua sede em Londres. A metodologia da ONG, que trabalha com os jovens nas frentes "esporte, educação, liderança juvenil, ação social e empregabilidade", foi usada para treinar 69 parceiros em 22 países e, segundo seu fundador, já ajudou 90 mil jovens de diversas nacionalidades. Na Maré, o projeto atende a 2,5 mil pessoas.
Com a presença de militares integrantes da força de pacificação que está no complexo, Downdney aproveitou para cobrar outros tipos de investimentos: "É importante lembrar que precisamos investir na educação, no esporte, na infraestrurura e na criação de trabalho. Ficaremos muito felizes se, nos próximos meses, houver esse investimento público. A segurança pública depende de toda a sociedade, não só de policiamento. Queremos ver um investimento mais forte além do que está acontecendo agora."
AGENCIA BRASIL