O filme estreou nos Estados Unidos em 31 de março de 1999 e tomou o cinema de assalto, causando uma verdadeira revolução. Foi um impacto fortíssimo e sua influência pode ser sentida até hoje, mesmo uma década e meia depois. Dá para afirmar que Matrix é a porta de entrada para o século 21 da ficção científica. É um longa que estabeleceu parâmetros para o que viria dali para frente assim como Blade Runner fez em 1982.
Não só a direção é dos Wachowski, mas também o roteiro. Ou seja, os irmãos foram os grandes arquitetos desta obra que é uma mistureba louca e sensacional de elementos como o cyberpunk, anime (especialmente Akira e Ghost in the Shell), quadrinhos, ficção científica, filosofia oriental, religião e artes marciais.
O filme custou em torno de US$ 63 milhões para ser produzido, um valor mediano dentro de Hollywood. Arrecadou cerca de US$ 460 milhões no mundo todo. Uma boa parte deste dinheiro foi investido em efeitos especiais totalmente inovadores e que deixaram o público totalmente embasbacado. O sucesso desta primeira parte garantiu a sequência da trilogia e ainda gerou uma verdadeira sensação multimídia com o surgimento da série animada (com nove história) Animatrix. Também saiu uma série em quadrinhos escrita e desenhada por diversos autores e um game (Enter the Matrix). Todos estes produtos são ligados aos três longas e complementam a história criada pelos Wachowski.
Como se tudo isto acima já não fosse o bastante, Matrix ainda tem o mérito de ter transformado Keanu Reeves num megastar. Com um treinamento fortíssimo em artes marciais, o ator surpreendeu a todos num papel complicado. O resultado é que ele, contra todas as expectativas, virou um astro da ação. Só que bem diferente de outros do mesmo gênero.
NEO
O filme mostra Neo, que no começo do filme é apenas Thomas Anderson, um sujeito que trabalha como programador numa grande empresa, mas que também é um hacker que atua sob o nome de Neo. É assim que descobre a existência da Matrix, que mantém humanos em casulos, adormecidos. Após sua descoberta, surge Morpheus (Laurence Fishburne), que acredita que Neo é o Escolhido, o homem que vai liderar a guerra que acabará com a Matrix.
A partir daí acontece uma grande caçada, porque os inimigos também descobrem a existência de Neo. Assim, surge o implacável Agente Smith (Hugo Weaving), pronto para acabar com o protagonista. Mas Neo não está sozinho e conta com a ajuda de uma força rebelde que tem ainda, além de Morpheus, Trinity (Carrie-Anne Moss) e alguns outros parceiros (um traidor, inclusive).
Matrix pegou bem porque é um filme que tem várias camadas que vão sendo descascadas ao longo da exibição. Ao mesmo tempo em que diverte com suas lutas fantásticas e efeitos especiais revolucionários, faz pensar porque propõe uma similaridade com o que acontece no mundo real, principalmente com suas questões filosóficas. Claro que não é nada extremamente profundo, mas é algo que longas de ação geralmente não passam nem perto.
As duas continuações de Matrix sofrem várias críticas de fãs e da imprensa especializada, e a maior delas é que ambos não seguram a onda e ficam abaixo do original. O certo é que este primeiro filme é praticamente uma unanimidade e é, sem dúvida a obra máxima dos irmãos Wachowski. E neste mês surgiram alguns boatos de que a dupla estaria trabalhando num roteiro para continuar a saga. Neo vai voltar?
O Capacitor