Morreu ontem, aos 77 anos, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Jorge Noman Filho. Ele estava internado havia 82 dias. A informação foi confirmada pela prefeitura de Belo Horizonte. Economista e servidor de carreira do Banco Central, ele atuou em governos do PSDB e integrou a equipe do Ministério da Fazenda que implementou o Plano Real.
Fuad também foi secretário dos governos tucanos de Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas Gerais, mas era um nome pouco conhecido dos belo-horizontinos até ter sido eleito vice-prefeito em 2020, ascender à chefia do Executivo durante o mandato e se reeleger no ano passado.
Com família de origem síria, Fuad nasceu no bairro Carlos Prates, na região noroeste da capital mineira, mas passou a infância e a adolescência no vizinho Padre Eustáquio. Católico, era devoto do sacerdote que foi beatificado pela Igreja em 2006 por ter curado o câncer de um colega.
Foi exatamente a doença, que atacou o sistema linfático, que fragilizou a saúde do prefeito. O linfoma não Hodgkin, descoberto em julho do ano passado, não impediu Fuad de se candidatar à reeleição. Ele realizou o tratamento ao mesmo tempo que administrava a cidade e fazia campanha. Entre o primeiro e o segundo turno, em outubro, anunciou que estava curado.
As complicações, porém, não tardaram a aparecer. Ele foi internado quatro vezes desde que venceu o pleito, pelos mais diversos motivos: dores nas pernas, pneumonia, sinusite, sangramento intestinal, e, por último, insuficiência respiratória.
Ele morreu após uma parada cardiorrespiratória. Não conseguiu ir à própria diplomação, tomou posse de forma remota no dia 1º de janeiro e seu discurso teve de ser lido pelo então vice-prefeito, Álvaro Damião (União Brasil).