A especulação em torno do nome de Roseli Barbosa chegou a gerar uma reação dentro do Ministério Público Estadual (MPE) por conta da falta de conhecimento jurídico necessário ao cargo, o que por si só já inviabilizaria a posse da primeira-dama em uma cadeira do TCE.
Já o vice-governador Chico Daltro seria um candidato em potencial à vaga por ter trânsito livre na Assembleia. No entanto, a cadeira interessaria mesmo ao governador Silval Barbosa, que enfrenta um fim de mandato totalmente conturbado.
A enxurrada de críticas tem origem especialmente nos gastos exagerados com as obras da Copa do Mundo, atrasos na conclusão dos projetos, o que tem gerando transtornos imensuráveis à população, além do evidente desperdício de recursos públicos.
Os setores da Saúde e Educação também são sinônimos de ineficiência na gestão de Silval. Em 2011 as duas pastas tiveram as contas reprovadas e em 2012 novamente o TCE reprovou as contas do Fundo Estadual de Saúde a ainda apontou um rombo milionário provocado pelas Organizações Sociais de Saúde (OSSs).
Silval ainda enfrenta outras polêmicas, a exemplo da tentativa de entregar à iniciativa privada a cobrança da dívida pública a um custo aproximado de R$ 500 milhões. Também licitou a terceirização dos serviços do Centro de Processamento de Dados de Mato Grosso (Cepromat) por cerca de meio milhão e cujo processo licitatório está sendo investigado no MPE por suspeita de cartas marcadas.
Assumir uma vaga no TCE representaria para Silval Barbosa garantir foro privilegiado, com uma condição muito mais confortável para enfrentar o julgamento de suas contas num futuro próximo. Mas para isso ele teria de deixar imediatamente o cargo. Neste caso, Chico Daltro assumiria para os famosos nove meses de fim de mandato.
Roseli Barbosa – O principal motivo de a primeira-dama Roseli Barbosa ter deixado repentinamente a Secretaria de Assistência Social seria para não correr o risco de um eventual pedido de afastamento do cargo por parte do Ministério Público Estadual, pois seu nome aparece em inquérito que investiga a contratação de pessoal por meio da empresa Elza Ferreira – Seligel EPP. Inclusive o caso está sendo investigado sob sigilo pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).