O grupo iniciou protesto contra a falta de moradia na manhã desta quarta com caminhada por importantes avenidas de São Paulo. Após subir a Avenida Rebouças e a Rua da Consolação, os manifestantes se concentraram, no fim da manhã, em frente ao prédio da Prefeitura, no Viaduto do Chá. A via foi bloqueada para o trânsito de veículos.
Guilherme Boulos, coordenador do MTST, e uma comissão de representantes do movimento seguiram para reunião com os secretários municipais da Habitação, José Floriano, e de Relações Governamentais, Paulo Frateshi.
Os manifestantes pedem melhores condições de moradia em regiões como Campo Limpo e Paraisópolis, na Zona Sul. No Campo Limpo, por exemplo, a ocupação Nova Palestina reúne 8 mil famílias desde o ano passado, segundo o movimento. O MTST tenta incluir a área em planos habitacionais.
Eles criticam o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), por não ter cumprido um suposto acordo para revogar decreto que determina que a área ocupada será um parque. Com a revogação, eles esperam trazer um projeto do programa federal Minha Casa Minha Vida e construir unidades habitacionais no terreno.
A Prefeitura informou, em nota, que mantém o diálogo constante com os movimentos de habitação da cidade de São Paulo. A administração municipal acrescentou que questões como a revogação do decreto devem ser deliberadas também na Câmara Municipal, onde o assunto vem sendo debatido no âmbito do Plano Diretor.
Manhã
Entre os manifestantes, que se concentraram por volta das 7h no Largo da Batata, ao lado da Estação Faria Lima, da Linha 4-Amarela do Metrô, estavam moradores das ocupações Faixa de Gaza, Dona Déda, Estaiadinha, Capadócia, Vila Nova Palestina, Chico Mendes, João Cândido, Silvério, Novo Pinheirinho e Che Guevara participaram do protesto.
Às 9h começaram a marcha pela Avenida Rebouças. Houve congestionamento em toda a extensão da avenida no sentido Centro. Depois, eles seguiram pelas ruas da Consolação e Xavier de Toledo até chegar ao Viaduto do Chá. A Polícia Militar acompanhou o protesto e não havia registro de incidentes até as 14h30.
Mais cedo, um outro protesto de moradores sem-teto chegou a bloquear a pista expressa da Rodovia Anhanguera, em Osasco, na Grande São Paulo, por cerca de uma hora.
Os moradores da Ocupação Esperança bloquearam a pista expressa da Rodovia Anhanguera, na altura do km 16, no sentido São Paulo, das 7h até as 8h, segundo a CCR Autoban, concessionária que administra a rodovia.
Os manifestantes queimaram pneus na pista expressa da rodovia. Às 7h30, a pista local também foi bloqueada pela concessionária para que o fogo da barricada pudesse ser apagado. A lentidão chegou a 6 km, indo do km 22 ao km 16. As famílias, que vivem na área ocupada há sete meses, protestavam contra um possível despejo.
G1