Política

Campos diz desconfiar de ‘jogo’ para que Petrobras seja vendida

 
A Petrobras é alvo de investigação da Polícia Federal, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União devido à compra de uma refinaria em Pasadena, nos EUA. Entre 2006 e 2012, a estatal desembolsou US$ 1,18 bilhão pela refinaria, que em 2005 tinha custado US$ 42 milhões à empresa belga Astra Oil. Em nota, o Palácio do Planalto informou que a presidente Dilma Rousseff votou a favor da compra da refinaria em 2006, quando presidia o Conselho de Administração da companhia, baseada em um parecer técnico “falho” e em documentação que omitia duas cláusulas do contrato. O suposto responsável pelo parecer foi exonerado nesta sexta.
 
Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência da República, afirmou que há "uma série de desacertos na condução desse setor tão estratégico" e disse que a história da Petrobras não pode ser confundida com "a história de episódios que precisam ser esclarecidos".
 
"Às vezes eu fico sinceramente desconfiado se isso não faz parte de um jogo para desvalorizar a Petrobras e vender a Petrobras. E nós precisamos fazer o jogo correto, republicano, brasileiro, que é proteger a maior empresa pública do país", declarou para uma plateia de militantes, em discurso de 35 minutos ao lado da ex-senadora Marina Silva e do deputado Roberto Freire (PPS-SP), durante o Seminário Regional Programático de PSB, Rede e PPS, em Salvador.
 
Campos localizou a "série de desacertos" no período do governo da presidente Dilma Rousseff. Ele disse que, em três anos, a Petrobras passou a valer a metade do que valia em 2010, ano em que o presidente ainda era Luiz Inácio Lula da Silva, e a dever "quatro vezes mais do que devia".
 
Ele também criticou a situação do setor de produção de etanol, que, segundo afirmou, enfrenta atualmente o "mais duro momento" na história.
 
"A condução que foi feita nela, por ela, na questão da administração do preço dos combustíveis levou o setor do etanol no Brasil a viver seu mais duro momento na história. Só em São Paulo, mais de 40 usinas de produção de álcool fecharam. A gente precisa olhar para tudo isso com muito cuidado", declarou.
 
Pesquisas
 
Para o governador, é preciso "salvar as conquistas que o povo brasileiro fez com muita luta". Entre essas conquistas, ele mencionou o programa Bolsa Família e afirmou que não deve ser considerado normal "que as filhas do Bolsa Família de hoje sejam as mães do Bolsa Família de amanhã".
 
Campos disse que deixará o governo de Pernambuco no próximo dia 4 e defendeu a proposta de "unir o país" para melhorar a saúde pública e para se ter educação pública de qualidade em dez anos. "Deixarei o governo no dia 4 com mais alunos em escolas de tempo integral do que São Paulo, Minas e Rio de Janeiro juntos", afirmou.
 
Ele minimizou o resultado de pesquisas eleitorais que o colocam em terceiro lugar nas intenções de voto, atrás de Dilma e Aécio Neves (PSDB) – o levantamento mais recente, do Ibope, foi divulgado nesta quinta. "Comecei a campanha [para governador] com 4%. Tinha gente que tinha mais de 100%. Fui, fui, fui, ganhei com 63% na primeira vez e, na segunda, com 83% dos votos dos meus conterrâneos", disse.
 
Marina
 
A ex-senadora Marina Silva defendeu, em caso de vitória da aliança PSB-Rede-PPS, um governo com os "melhores" de outros partidos, entre os quais PT e PSDB. Ela criticou a relação do atual governo com os partidos da base aliada.
 
"Não existe governabilidade com base em programa. Existe governabilidade com base em distribuição de cargos", afirmou. Segundo ela, "não dá mais para colocar o destino do povo brasileiro não mãos de partidos que querem privatizar o estado".
 
Ela elogiou as conquistas de estabilidade econômica, que atribuiu aos governos do PSDB, e as de redução da pobreza, aos governos do PT, mas disse que "não dá para ficar fulanizando" essas conquistas. "Nós temos de fazer a institucionalização sustentável das conquistas", disse.
 
G1

Redação

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