A tendência era clara: gigantes da tecnologia, como Meta e Amazon, acabaram com suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). E acionistas externos da Apple queriam seguir o exemplo.
Para isso se concretizar, a proposta tinha que ser votada durante a reunião anual, que aconteceu na última quinta-feira, 20. Na ocasião, o board votou contra o fim dessas políticas. Além disso, os investidores externos pediram que a Apple elaborasse um relatório para avaliar possíveis riscos relacionados ao uso da inteligência artificial (IA) em seus negócios. Essa proposta também foi rejeitada.
Investidores externos são aqueles que possuem ações, mas não fazem parte da administração da empresa.
O CEO Tim Cook e a própria companhia já haviam recomendado aos investidores votar contra as propostas. Outra medida colocada em pauta foi a transparência sobre as decisões da gigante relacionadas a materiais de abuso sexual infantil e uma medida sobre práticas de doações filantrópicas.
Programas de diversidade e inclusão são um conjunto de medidas para fazer com que pessoas de todos os contextos – independente de etnia, classe, sexualidade e gênero – se sintam apoiadas e incluídas no local de trabalho.
Embora nunca tenha sido citado nominalmente, um investidor era responsável pela proposta de acabar com as políticas DEI. O National Center for Public Policy Research (NCPPR) é um grupo conservador que usou seu direito de acionista para apresentar a proposta de interromper os programas.
Quando a proposta surgiu, o conselho da gigante afirmou que ela era “desnecessária, pois a Apple já possui um programa de conformidade bem estabelecido, e a proposta tenta, de maneira inadequada, restringir a capacidade da Apple de gerenciar suas operações empresariais ordinárias, equipes e estratégias de negócio”.
No documento onde o voto contrário à proposta era sugerido, a liderança da empresa dizia que seguia a lei e cumpre os regulamentos de não discriminação.
Os acionistas reelegeram o conselho de administração da fabricante do iPhone, ratificaram o acordo com um escritório de contabilidade externo e aprovaram a remuneração dos executivos da empresa. No ano passado, Cook recebeu aumento salarial de 18%, que totaliza US$ 74,6 milhões – dividido em US$ 3 milhões de salário base, US$ 58,1 milhões em ações e cerca de 13,5 milhões em compensações extras.
Como na maioria dos anos, os acionistas votaram alinhados às recomendações da Apple. A última vez que eles foram contra o conselho da gigante foi em 2022, quando aprovaram propostas relacionadas a cláusulas de sigilo em contratos de trabalho e auditorias de direitos civis.