A repercussão da vitória de Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Internacional no Oscar conseguiu contornar a polarização do acirrado debate político nas redes sociais, aponta um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). Predominaram publicações que exaltam o orgulho pela cultura nacional e representam o Brasil de forma positiva, escanteando conflitos entre direita e esquerda.
O levantamento identificou baixo engajamento de perfis alinhados à direita, com poucas contas parabenizando os responsáveis pelo filme ou comentando a premiação. À esquerda o movimento foi aproveitado: publicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) estão entre as com mais interações.
“Foi interessante o silêncio da direita. Não conseguiram construir nenhum argumento crítico contrário. Soaria impatriótico, desumano e não engajaria”, disse Marco Aurélio Ruediger, diretor da Escola de Comunicação da FGV e um dos responsáveis pelo estudo.
Para o sociólogo, o filme consegue ser patriótico sem ser chauvinista ou reacionário: “Isso dá pista de haver uma fresta para o Brasil se unir e se reinventar quebrando a polarização com base em valores universais e um repertório cultural mais amplo”.
A vitória de Ainda Estou Aqui ultrapassou 75 milhões de engajamento geral no Facebook, X e Instagram. As publicações sobre a obra na conta oficial da Academia no Instagram (@theacademy) foram responsáveis por 30% de todas as interações do perfil em 2025. Foram 3,8 milhões de interações e 24 milhões de visualizações. Brasileiros promoveram uma enxurrada de críticas no perfil pelo fato de Fernanda Torres não ter levado como Melhor Atriz.