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O jogo virou e a Rosas levou o título em São Paulo na última nota

Após 15 anos, e depois de uma das apurações mais acirradas da história, que só foi decidida no último jurado e no critério de desempate, a Rosas de Ouro é a campeã do carnaval de São Paulo de 2025. Tucuruvi e Mancha Verde caíram.

A campeã terminou a disputa com 269.8 pontos e vai levar para sua quadra, na Freguesia do Ó, o oitavo título de sua história. A Tatuapé terminou a disputa na segunda colocação com a mesma pontuação, mas atrás pelo critério de desempate – que considera todas as notas que são descontadas em ordem inversa à dos quesitos julgados.

Na terceira colocação, terminou a Gaviões da Fiel, seguida de Mocidade Alegre e Camisa Verde e Branco – todas com a mesma pontuação de 269.7. As cinco melhores agremiações voltam ao sambódromo para participar do desfile das campeãs no sábado.

COMO FOI

Um sorteio anteontem definiu a ordem de leitura dos quesitos: enredo, bateria, samba-enredo, mestre-sala e porta-bandeira, comissão de frente, harmonia, alegoria, fantasia e evolução. Como nos últimos anos, cada quesito foi avaliado por quatro jurados e a nota mais baixa foi descartada.

No primeiro quesito apresentado, apenas Rosas de Ouro e Gaviões da Fiel conquistam quatro notas 10 dos jurados. A Roseira continuou na liderança e só foi deixar de receber um 10 no terceiro quesito, em samba-enredo. Curiosamente, o refrão do samba-enredo (Vista a fantasia!/Bom é ser criança/E conectar o mundo na palma da mão/Vai reflorescer a Rosa do meu coração!) foi um dos mais cantados no Anhembi.

Depois disso, Camisa Verde e Branco e Águia de Ouro lideraram a disputa durante boa parte do tempo, até o critério de evolução. Acadêmicos do Tatuapé e Mocidade Alegre corriam por fora e chegaram a ficar perto do título, mas também tiveram descontos importantes.

Com tantas mudanças, até a Gaviões da Fiel, depois de um início ruim, tinha motivos para acreditar no título. No fim, as três notas 10 – e um 9.9 descontado – em evolução garantiram a Rosas de Ouro como campeã, graças aos descontos das concorrentes.

O JOGO DA VITÓRIA

O último título conquistado pela Rosas de Ouro havia sido em 2010. “Agora, nós saímos do 11º lugar (colocação no ano passado) e chegamos em 1º lugar. O jogo virou”, afirmou Osmar Costa, vice-presidente da escola. “Esse é um sorriso de campeã. Nós sabíamos que a decisão seria no último quesito”, disse Angelina Basílio, presidente da agremiação.

A expressão “o jogo virou”, repetida por vários integrantes após a conquista, é uma referência direta ao tema defendido pela escola no sambódromo. A agremiação escolheu o enredo Rosas de Ouro em uma Grande Jogada, com a temática sobre a importância dos jogos e da vontade de vencer.

Fez um desfile carregado no rosa de suas cores, a marca registrada, e encantou o público do começo ao fim: da comissão de frente simulando uma máquina caça-níquel, símbolo da jogatina, até o quarto e último carro alegórico, que trazia personagens importantes dos jogos eletrônicos como a dupla Mário e Luigi, criações e ícones da empresa Nintendo.

Aliás, vale destacar o Pac-Man inflável que atravessou a passarela amarrado por um barbante, sendo jogado de um lado para o outro com a força do vento. Outras atrações foram a comissão de frente que funcionava como roleta e a ala do jogo Banco Imobiliário.

O oitavo título agora se soma às conquistas em 1983, 1984, 1990, 1991, 1992, 1994 e 2010. Em vitórias, a Rosas ainda fica atrás de Camisa (9), Nenê de Vila Matilde (11), Mocidade Alegre (12) e Vai-Vai (15). Mas agora supera a lendária Lavapés Pirata Negro, a primeira campeão de São Paulo (de 1950 a 1953), das exibições clássicas de Deolinda Madre.

A escola vitoriosa deste ano surgiu em 1971. Seu nome deriva de uma condecoração católica, o buquê de Rosas de Ouro, tradicionalmente dado por papas a princesas, desde Gregório II em 730.

REBAIXAMENTO

Mais uma vez uma grande campeã caiu, a exemplo de anos anteriores: a Mancha Verde. A agremiação, ligada à torcida do Palmeiras, fez bons desfiles nos últimos anos, conquistando dois títulos e um vice-campeonato entre 2019 e 2024. O cortejo deste ano, porém, não agradou aos jurados e teve muitos descontos em praticamente todos os quesitos.

Outra escola que vai sofrer o descenso para o Grupo de Acesso é a Acadêmicos do Tucuruvi. Os problemas no enredo Assojaba – A Busca pelo Manto, sobre a resistência indígena e a importância do manto para os tupinambás – resultaram na perda de 7 décimos no primeiro quesito. Esses pontos descontados levaram à queda.

Estadão Conteudo

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