O que nós sabemos é que a viatura estava normal, sem nenhuma avaria, mas vamos aguardar a perícia. O Rodney estava no banco do carona. A porta [porta-malas] não estava trancada, estava semibaberta. As pessoas da comunidade estavam forçando para entrar na viatura para ir com ela. O que eles queriam era socorrê-la o mais rápido possível. Ela ainda estava com vida quando a colocaram na viatura", afirmou o advogado Jorge Carneiro Mendes, na porta da 29ª DP (Madureira), onde os três PMs são aguardados para prestar novo depoimento.
O advogado Marcos Espínola, que defende Alex Sandro da Silva Alves, afirmou que apesar de não se tratar de um preso e sim de uma vítima, a parte traseira do carro não pode ser considerada um local impróprio para transportar uma pessoa.
Não foi no banco de trás porque havia material bélico. O local onde ela foi baleada é uma curva, não dava pra abrir as portas laterais. Isso impediu de ela ter sido socorrida no banco traseiro. Havia vários populares [moradores], alguns não queriam deixar socorrer, outros pediam pelo socorro. Não é um local que não pode ser transportado pessoa. Apesar de não ter ocorrido uma prisão, o que o policial tinha era isso. No momento de tensão, a pessoa baleada, ela perdendo sangue, [o socorro] foi feito dessa forma, concluiu Espínola.
O advogado de Alex Sandro afirmou ainda que entrou com novo pedido de liberdade para o cliente no Tribunal de Justiça do Rio.
Pedi por entender que o crime imputado a eles [descumprimento de norma pelo transporte da vítima no compartimento traseiro do veículo] tem pena de três meses a um ano. Não entendo que há necessidade de manutenção da prisão. Mesmo que eles fossem condenados, não seriam levados ao cárcere. Além disso, são réus primários. Eu nem vou dizer que acredito na inocência, não há negativa de autoria. Mas eu acredito na ausência de dolo seja a isenção de pena. Eles serão processados, mas entendo que no final serão absolvidos, concluiu.
Os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Arcanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves estão presos em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, e também são investigados pela Corregedoria da PM. Na terça-feira (18), eles tiveram pedido de liberdade negado pela Justiça do Rio.
G1