"Sonia Pérez Llanzon deu entrada (no hospital) com lesões nas mamas. Eram como golpes", relatou o médico Julio Plá Cárdenas, chefe da clínica cirúrgica do Hospital Lucio Molas de Santa Rosa, cidade localizada 640 km ao sudoeste de Buenos Aires. A paciente ficou um mês internada.
"Primeiro, ela negou tudo, mas depois confessou que aplicou vaselina, um líquido oleoso, feito com petróleo, muito denso", explicou Plá Cárdenas, advertindo para os riscos dessa prática.
A vaselina chegou à corrente sanguínea pelos vasos e depois afetou os pulmões de Sonia, causando-lhe dificuldades respiratórias. A paciente passou a respirar com a ajuda de aparelhos.
"Em toda minha vida de médico, nunca vi um caso assim. O organismo tem anticorpos para remover bactérias e vírus, mas com esse tipo de elemento não tem mecanismo', disse o especialista ao jornal 'La Arena", de Santa Rosa.
Sonia, que morava em Santa Rosa, era uma amante do esportes, dedicada ao atletismo e ao boxe e estava constantemente preocupada com sua imagem, contaram seus familiares.
Na Argentina, país onde o culto ao corpo é uma obsessão de homens e mulheres, as operações de aumento de busto e de glúteo, entre outras, cresceram 500% nos últimos quatro anos, de acordo com informação divulgada no IV Congresso Argentino de Especialidades em Medicina Estética, realizado em fevereiro deste ano.
A preocupação com o abuso dessas práticas levou uma deputada a apresentar em fevereiro um projeto de lei que proíbe as cirurgias estéticas em menores de 18 anos.
A Argentina está entre os 25 países onde mais se fazem cirurgias plásticas com fins estéticos, segundo estudo da Sociedade internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês).
G1