O dólar avança nesta terça-feira, 18, frente à maioria das moedas, impulsionado pelo cenário geopolítico, com discussões sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia, e a perspectiva para a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que será divulgada amanhã. Mesmo sem a aplicação imediata das tarifas recíprocas propostas por Donald Trump na semana anterior, o dólar também mantém sua força.
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, tinha alta de 0,45%, a 107,054 pontos. Perto das 17h50 (de Brasília), o dólar subia a 152,05 ienes. O euro recuava a US$ 1,0449 e a libra caía a US$ 1,2603.
A Capital Economics destaca que as tarifas recíprocas e a agenda protecionista de Donald Trump ainda não estão “totalmente precificadas” pelos mercados, apontando que esse cenário é “adverso” e tende a resultar em “rendimentos mais altos dos títulos do Tesouro dos EUA e um dólar mais forte”.
Para o ING, os mercados já precificam em grande parte a questão geopolítica europeia nas negociações cambiais, e o dólar deve continuar avançando frente às moedas do G10. “O sentimento de risco relativamente otimista pode se estagnar ou desaparecer nos próximos dias, fazendo o dólar recuperar mais terreno”, afirma o banco. O ING acredita que o euro cairá em relação ao dólar e que, com as ameaças tarifárias dos EUA à zona do euro, o BCE pode adotar uma postura mais agressiva com cortes nas taxas de juros.
O mercado também acompanhou as declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre as negociações para o fim da guerra, destacando que “obviamente envolverão a Ucrânia”. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, afirmou que a reunião foi “uma surpresa para nós. Não fomos convidados”. A Capital Economics observa que essas conversas não indicam um fim próximo para o conflito.
Hoje, o dólar australiano também reagiu ao corte na taxa básica de juros do país para 4,10% ao ano pelo banco central. A moeda australiana operou perto da estabilidade ante o dólar americano, a US$ 0,6354.
Já em meio à crise da criptomoeda LIBRA, com envolvimento do presidente da Argentina, Javier Milei, o dólar blue se manteve a 1.235 pesos argentinos no mercado paralelo, segundo o jornal Ámbito Financeiro.