O mercado de bicicletas vive uma fase de retração e ajustes na produção após o boom nas vendas ocorrido durante a pandemia. De acordo com a Abraciclo, associação das fabricantes de motocicletas e bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (AM), a produção de bikes caiu 23% em 2024.
Apesar da queda geral, as bikes elétricas tiveram aumento de 66,2%, totalizando 19.147 unidades produzidas em 2024. Assim, as e-bikes representaram 5,2% das bicicletas fabricadas na capital amazonense, segundo a associação.
De olho nesse crescente mercado, o Grupo Moura, especialista na produção de baterias, lançou sua primeira bicicleta elétrica em novembro passado. Chamada de Ella, o modelo se diferencia por sua bateria de alta capacidade. Feito de íons de lítio, o equipamento tem 36V e capacidade de 10,2 Ampére hora (Ah). O grande diferencial da bicicleta é sua autonomia projetada de 100 km, alcance maior do que a maioria das concorrentes.
Com uma proposta urbana, a bike elétrica da Moura usa rodas aro 700, suspensão na dianteira, freio a disco nas duas rodas e ainda conta com câmbio de seis marchas. Vendida online em duas cores – preta e branca -, a Ella tem preço de R$ 8.599, que pode ser dividido em 21 vezes, ou ainda desconto de 10% para compras à vista, no pix, débito ou crédito.
FORÇA COMBINADA
A bateria alimenta um motor elétrico de 350W de auxílio à pedalada que, como determinam as regras do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), só funciona quando o ciclista movimenta os pedais. O motor oferece três níveis, que vão do 1, o mais fraco, até o 3, a maior assistência. O auxílio só está disponível até 32 km/h, de acordo com a lei. Até é possível chegar a velocidades mais altas, mas somente se o ciclista pedalar.
Além do motor elétrico central, a bike elétrica da Moura vem com câmbio Shimano Altus de oito velocidades no cubo traseiro. Dessa forma, pode-se combinar os níveis de assistência do motor elétrico com as marchas para encarar ladeiras mais íngremes e economizar bateria.
A combinação foi suficiente até mesmo para encarar as ladeiras da Vila Mariana, bairro na zona sul da capital paulista com relevo bastante acidentado. Com o nível de assistência ajustado no mais alto, por meio de um botão no guidão, e a marcha mais leve, consegui enfrentar uma subida bem inclinada sem levantar do banco para pedalar e sem transpirar.
Em um trecho mais plano da ciclovia, que liga o Jabaquara, na zona sul, passando pela Avenida Paulista, chegando à Rua da Consolação, no centro da cidade, eu reduzi o nível de assistência e subi para uma marcha mais pesada. O uso inteligente do câmbio com o motor elétrico permite economizar bateria e ainda se exercitar.
Ao fim do dia, havia pedalado 50 km e o nível da bateria estava na metade. Ou seja, em teoria, a autonomia projetada fica próxima da autonomia real. Entretanto, a Moura alerta que o alcance pode variar bastante, de acordo com relevo, peso do ciclista e também o nível de assistência selecionado.
EQUIPADA
As informações, como o nível de assistência e a carga da bateria, aparecem em um painel digital de LCD. Simples, porém completo, informa ainda a velocidade, a distância percorrida e se o farol e a lanterna estão acesos. O controlador no guidão permite navegar entre as informações e também alterar o nível de assistência. A Ella traz até um modo “Walk”, que ajuda a transportar a bike quando não se está pedalando. Muito útil, afinal, a Ella pesa 27 kg e exige certo esforço para ser transportada.
Com design urbano, com quadro rebaixado e guidão largo e curvado, a Ella vem bem equipada. Além do sistema de iluminação, tem freios a disco Shimano nas duas rodas, paralamas e protetor de corrente – equipamentos muito úteis para quem pedala diariamente e usa a bike como opção de mobilidade sustentável.