O tatuzão, como é popularmente conhecida a gigantesca máquina que escava túneis para a construção de linhas de metrô, chegou na terça-feira, 4, à futura Estação Brasilândia, a última do trecho norte das obras da Linha 6-Laranja. O ramal construído em parceria público-privada (PPP) entre o Estado e a Concessionária Linha Universidade prevê investimento de R$ 19,1 bilhões.
A linha vai ligar a Estação Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, na região central, com 15,3 quilômetros de extensão e 15 estações, interligadas à Linha 1 pela São Joaquim. Ela deve ser entregue em 2027.
Esse tatuzão começou a escavação no sentido norte, a partir da Marginal do Tietê, na região da Freguesia do Ó, em 15 de novembro de 2022. O equipamento pesa 2 mil toneladas, tem 109 metros de comprimento e diâmetro de escavação de 10,61 metros. Ele avança de quatro a seis metros por dia de trabalho, dependendo das condições do solo.
As estações estão sendo construídas simultaneamente à abertura dos túneis. A parada cuja construção está mais avançada é Perdizes, com 75,82% das obras concluídas, e a mais atrasada é 14 Bis-Saracura, com 14,18% já realizadas. A concessionária informou em março à gestão estadual que problemas geológicos não previstos, como na 14 Bis, poderiam atrasar a obra em mil dias, o que jogaria a conclusão até 2028.
Mas o cronograma foi mantido pelo Estado, que prevê que a linha seja entregue parcialmente, operando entre as Estações Brasilândia e Sesc-Pompeia ou Perdizes, na zona oeste, em outubro de 2026, às vésperas da eleição geral. Em 2020, quando o então governador João Doria anunciou a retomada das obras da Linha 6, ele afirmou que o tempo de construção seria de cinco anos, com entrega da obra concluída em 2025.
Com a conclusão dessa etapa, esse tatuzão será desmontado e recolhido. Outra tuneladora está fazendo a escavação no sentido sul. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que, dentro de dois ou três dias, a tuneladora sul da Acciona, a empresa espanhola concessionária da Linha 6, também deve chegar à Estação São Joaquim, finalizando por completo o túnel da linha.
PARA TABOÃO
As obras de extensão da Linha 4-Amarela devem começar até o fim de março, segundo a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo (SPI). Serão três novos quilômetros e duas novas estações a partir da Vila Sônia: Chácara Jockey e Taboão da Serra. A linha será a primeira de metrô a ultrapassar os limites da cidade de São Paulo.
O aditivo contratual com a ViaQuatro, do grupo CCR, empresa já responsável pela Linha 4-Amarela, foi assinado em junho – na época, a previsão para o começo das obras era dezembro de 2024. A previsão para entrega e início da operação permanece em 2028. O investimento é de R$ 3,4 bilhões.