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Governo reduz ultraprocessados na merenda escolar

O governo federal pretende reduzir de 20% para 15% o limite de alimentos processados e ultraprocessados nas merendas das escolas públicas, com a meta de chegar a 10% até 2026. A medida foi formalizada na terça-feira, 4, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), em Brasília.

Segundo o governo, a iniciativa deve beneficiar 40 milhões de alunos em cerca de 150 mil escolas públicas, que fornecem R$ 10 bilhões em refeições anualmente. “O objetivo é oferecer uma alimentação mais saudável aos estudantes, com cardápios mais equilibrados”, afirma. A medida também visa a regulamentar a aquisição de alimentos com recursos do Pnae por meio da agricultura familiar, com prioridade para assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas, além de grupos formais e informais de mulheres. Segundo o Executivo federal, hoje pelo menos 30% dos recursos do Pnae devem ser obrigatoriamente destinados à compra de itens da agricultura familiar.

No encontro, o governo também lançou o Projeto Alimentação Nota 10, que tem como objetivo capacitar merendeiras e nutricionistas do Pnae em segurança alimentar e nutricional. O investimento será de R$ 4,7 milhões, em parceria com instituições como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Itaipu Binacional e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais.

Conforme o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos e o Guia Alimentar para a População Brasileira, os ultraprocessados não devem ser oferecidos a crianças e precisam ser evitados até mesmo pelos adultos, uma vez que estão associados a doenças como obesidade, diabete tipo 2, hipertensão, doença cardiovascular e alguns tipos de câncer.

MAIS JOVENS

Na avaliação do epidemiologista Carlos Augusto Monteiro, criador do termo “ultraprocessados” e coordenador do Nupens, a análise por faixa etária revela que, quanto mais velha a pessoa, menor o consumo de ultraprocessados. Em contrapartida, quanto mais jovem, maior o consumo, com os adolescentes sendo o grupo que mais consome esses produtos. “Isso mostra que os hábitos e as preferências são formados desde a infância”, afirmou Monteiro ao Estadão. Segundo o médico, os ultraprocessados têm grande responsabilidade no aumento dos níveis de obesidade, doença que se tornou uma epidemia no Brasil e no mundo.

Para Monteiro, uma das principais formas de reverter esse quadro é adotar uma alimentação saudável, algo mais simples do que se imagina. “É uma alimentação muito parecida com a que os nossos avós consumiam. Basicamente, uma parte da comida que consumimos deve passar pela cozinha. Hoje, grande parte vem das fábricas. Isso não é natural.”

Estadão Conteudo

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