A morte de Berkin Elvan virou símbolo da repressão policial ordenada pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan desde que foi anunciada pela família. "Nós perdemos nosso filho às 7h (2h no horário de Brasília), que ele descanse em paz", escreveu a mãe em uma breve mensagem em sua conta no Twitter.
Sua morte eleva a sete o número de manifestantes mortos durante os protestos contra o regime islamita-conservador de Erdogan. Um policial também perdeu a vida durante esses eventos sem precedentes, que fizeram mais de 8.000 feridos.
Logo após o anúncio, centenas de pessoas de reuniram espontaneamente em frente ao hospital de Istambul, onde o adolescente permaneceu hospitalizado em coma por 269 dias.
À imprensa, a mãe de Berkin Elvan acusou Erdogan. "Não foi Deus, mas o primeiro-ministro Erdogan que levou meu filho."
Violentos incidentes foram registrados quando algumas dezenas de manifestantes lançaram pedras contra um ônibus da polícia. "As forças de ordem responderam com gás lacrimogêneo para dispersar a multidão", segundo um fotógrafo da agência de notícias France Presse.
Manifestações espontâneas, em sua maioria silenciosas, aconteceram em várias cidades do país, incluindo Ancara, Istambul, Izmir, Antalya e Eskisehir.
Na capital, Ancara, centenas de pessoas se reuniram em um parque no centro da cidade e estudantes da universidade técnica do Oriente Médio, um dos redutos da oposição, bloquearam ruas do centro da cidade. A polícia reagiu com canhões de água.
O chefe de Estado, Abdullah Gül, expressou sua "consternação" após a morte do jovem e apresentou suas condolências à família. Ele também pediu "para que cada um faça o que puder para evitar que isso se repita".
Segundo testemunhas, o jovem foi atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia quando ia comprar pão.
G1