Os temores sobre um possível ataque terrorista surgiram depois que o governo anunciou a abertura de uma investigação sobre quatro suspeitos a bordo do voo MH370, que fazia o trajeto de Kuala Lumpur-Pequim.
Pelo menos dois passageiros utilizaram passaportes europeus roubados. A agência oficial chinesa Xinhua informou neste domingo que um cidadão chinês também não estava no avião, como havia sido relatado anteriormente.
O homem assegura que nunca teve seu passaporte roubado ou perdido, embora o número de seu documento estivesse na lista de passageiros, com um novo nome.
Os Estados Unidos, que tinha três de seus cidadão a bordo, enviaram agentes da Polícia Federal (FBI) para ajudar nas investigações. Eles, contudo, indicaram que no momento não encontram nenhuma evidência de terrorismo.
O ministro malaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein, disse que foram mobilizados "serviços de informação"
— É claro informaremos as agências de combate ao terrorismo (…) de todos os países envolvidos.
O presidente da companhia Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, explicou que o avião desaparecido havia sofrido um acidente em 2012, em uma colisão com outra aeronave em terra no aeroporto de Xangai.
— Uma parte da ponta da asa, de cerca de um metro, de desprendeu, mas o Boeing foi reparado e estava apto a voar.
Desaparecimento
O voo MH370, que transportava 227 passageiros de várias nacionalidades e 12 tripulantes, desapareceu dos radares uma hora após sua decolagem entre o leste da Malásia e o sul do Vietnã, sem enviar mensagens de socorro.
"Há uma possibilidade real de que o avião tenha dado meia volta", indicou o general Rodzali Daud, chefe da Força Aérea da Malásia, citando informações dos radares.
No entanto, o presidente da Malaysia Airlines disse que o sistema de alerta do Boeing teria sido ativado nesse caso. Kuala Lumpur estendeu a área de buscas neste domingo até a costa oeste da Malásia, e pediu ajuda da Indonésia.
Nas buscas, iniciadas na costa leste da Malásia, participam 40 navios e 22 aeronaves de vários países, principalmente da China, Estados Unidos, Vietnã, Malásia, Filipinas e Cingapura. A Malaysia Airlines informou neste domingo que "teme o pior".
Várias embarcações chegaram ao local onde no sábado foram detectados traços de combustível no Mar da China Meridional, mas não foram encontrados nenhum vestígio do Boeing.
As especulações sobre a identidade dos passageiros aumentaram, após a confirmação de que o austríaco Christian Kozel e o italiano Luigi Maraldi não viajavam no voo, embora estivessem na lista de passageiros.
Ambos tiveram seus passaportes roubados na Tailândia nos últimos anos.
Apesar de o ministério dos Transportes ter informado a presença no avião de quatro suspeitos, o chefe da aviação civil da Malásia garantiu que apenas dois passageiros utilizaram passaportes roubados.
"O fato de que (os passaportes) foram roubados, não significa que os passageiros eram terroristas", ressaltou ao jornal Los Angeles Times um funcionário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos .
Passageiros
O avião, um Boeing 777-200, transportava pelo menos 153 chineses, 38 malaios, sete indonésios, seis australianos, quatro franceses e três americanos. Entre os passageiros estavam dois menores de idade.
As famílias dos passageiros espera neste domingo ansiosamente em um hotel perto do aeroporto de Pequim por notícias.
"A companhia ainda não entrou em contato conosco, foi um amigo que nos alertou", declarou uma mulher que chorava, à espera de ter notícias de seu cunhado.
No entanto, a empresa garante que tem informado as famílias da melhor maneira possível, dada a confusão sobre o desaparecimento da aeronave.
Caso a catástrofe seja confirmada, seria o mais mortal acidente da aviação desde 2001, quando 265 pessoas morreram em um acidente de um Airbus A-300 da American Airlines nos Estados Unidos.
O acidente mais grave de um Boeing 777, ocorreu no aeroporto de San Francisco em julho de 2013, onde três pessoas morreram.
R7